DAVID GRUBBS + BARRY WEISBLAT/PATRICIA MACHÁS
Um dos grandes baluartes das músicas independentes, da vanguarda da canção, à música electrónica, à experimentação electroacústica, David Grubbs tem um impressionante currículo no último par de décadas. Membro fundador de várias unidades criativas marcantes dos anos 80 até hoje, caso dos Squirrel Bait, Bastro ou Gastr Del Sol (com Jim O'Rourke), Grubbs foi também membro de unidades como os Red Krayola (de Mayo Thompson) ou os Palace (de Will Oldham). Estudioso do esqueleto da canção, o seu corpo de trabalho tem sido esteticamente fundamental para a evolução formal da mesma. Procura laborar e pesquisar fenómenos sonoros, criar composições no campo da exploração electrónica e acústica, ao mesmo tempo que mantém a excelente editora Blue Chopsticks, que tem vindo a publicar peças fulcrais de compositores e artistas tão incontornáveis, da composição moderna ao jazz de vanguarda, quanto Luc Ferrari, Derek Bailey, Noel Akchoté ou Mats Gustafsson.
Para além de docente em várias faculdades e seminários, Grubbs é ainda um jornalista com obra no campo das artes visuais, literatura e crítica de música, em publicações como a Bookforum ou a Purple. Tem tido obra exposta em várias galerias norte-americanas, tanto como em fundações europeias, como o Centre Pompidou. Desenvolveu também, e já por várias vezes, trabalhos de banda-sonora para filmes.
Para o particular deste concerto, David Grubbs irá tocar guitarras acústica e electrónica para as suas canções, no que será uma tardia e oportuna estreia nacional.
editora http://www.dragcity.com/artists/david-grubbs
@Ubu.com http://www.ubu.com/sound/grubbs.html
video (ao vivo) http://www.youtube.com/watch?v=eOAxfCcTwsQ
Primeira aparição conjunta em público de duas figuras de peso, relevância e discrição, em Lisboa e Nova Iorque.
Membro dos extintos Tower Recordings de Matt Valentine, P.G. Six e Helen Rush, Barry Weisblat, enquanto músico, criador e arquitecto sonoro, inventor e feiticeiro de electrónica analógica tem tido um papel activo nos campos das músicas improvisadas e psicadélicas novaiorquinas. Apropriando-se de instrumentos e objectos geradores de som novos, antigos, recuperados, restaurados, refeitos, Weisblat é um artesão com enorme feeling tímbrico, táctil e espacial, capaz de inventar os mais bonitos e invulgares objectos de expressão musical, oferecendo-lhes um léxico e uma expressão livres.
Patrícia Machás, parte integrante desde o segundo disco da instituição das vanguardas portuguesas Osso Exótico, tem produzido no grupo alguma da música mais demarcada, isolada, única e original do último par de décadas deste país. Utilizando uma panóplia de instrumentos e objectos, focalizando-se em rituais e simples e revelatórias acções, o trabalho de Machás com os Osso Exótico, em ideia e execução, é um caso muito invulgar e particular de arte, música, som e conceptualismo, pensada e pragmatizada em grupo. Esta sua aparição fora da banda é uma raríssima ocasião para a ver num outro contexto criativo.