Shangaan Electro - Nozinja + Tshetsha Boys + DJ Spoko
Uma das coisas que adorámos em 2010 foi a compilação que a excelente Honest Jons editou de música de dança contemporânea a ser produzida hoje na África do Sul. 'Shangaan Electro New Wave Dance Music from South Africa' foi a música mais brava, surpreendente, original e fresca que ouvimos em imenso tempo. Velocidade absolutamente diabólica, electrónica de vanguarda folk, feita com enorme gosto e cor, a desenhar possibilidades de festas subsarianas futuristas e fruta fluorescente. Foi, então, facílimo dizer que sim quando nos propuseram fazer com que Lisboa estivesse no itinerário da primeira apresentação europeia destes artistas. Em palco será a total loucura, com o rei Nozinja, os Tshetsha Boys, vários dos melhores dançarinos Shangaan, e o produtor de kwaito/house DJ Spoko (que co-produziu a obra-prima "Township Funk" com o camarada DJ Mujava). Fim de tarde de domingo no Anfiteatro ao Ar Livre da Fundação Calouste Gulbenkian com promessa de eternidade.
Nozinja “Nwa Gezani My Love” www.youtube.com/watch?v=GM5Kw6LVYlk
Tshetsha Boys “Nwa Pfundla” www.youtube.com/watch?v=IXE6_j1N7o8
Nozinja em entrevista www.youtube.com/watch?v=xyAhRPh6ETA
DJ Spoko prod www.youtube.com/watch?v=4UQf1BIfvm0
Mais informação em www.proximofuturo.gulbenkian.pt
Bilhetes disponíveis em www.bilheteira.gulbenkian.pt/chooseTicket.do
Norberto Lobo
Músico crucial do incrível som lisboeta deste arranque milénio (apesar de tudo, apesar de tudo), Norberto Lobo acaba de editar ‘Fala Mansa’, o seu magnífico terceiro álbum (segundo pela Mbari), que foi apresentado no Teatro da Trindade em meados de Maio. O disco tem colhido os mais rasgados elogios por toda a imprensa e público, surgindo – porque é factual – como o momento em que Norberto deixa de ser “apenas” um músico em ascensão. O crescendo não pára, mas Norberto já, de facto, é um dos valores mais seguros, e uma das pérolas mais preciosas da música nacional. Trabalha guitarra acústica de 6 e 12 cordas (e agora teclas, e voz (!), aqui e ali) num discurso que busca tudo a todo o lado que envolve destreza e inventividade melódica, harmónica e do que concerne ao domínio da frase tocada. Uma música viajada, singularizada e na capital vivida, a despontar benigna para todos os segundos da vida. É assim o Norberto – tão livre quanto o vento e tão precioso quanto a nossa brisa estival.
Myspace www.myspace.com/norbertolobo
Editora www.mbarimusica.com/artists.aspx?id=3
Entrevista ao jornal Público/Ípsilon
ipsilon.publico.pt/musica/entrevista.aspx?id=284787
Vídeo ao vivo no Inage Candy, em Chiba, Japão
www.youtube.com/watch?v=UJRt_i3E1YU
Mais informação no site do Museu do Chiado em
www.museudochiado-ipmuseus.pt/pt/node/1041
Este concerto conta com o apoio
Rafael Toral
Músico com trabalho incontornável no panorama mundial da música electrónica, Rafael Toral apresenta aqui o mais recente desenvolvimento discográfico do seu Space Program, com o lançamento de ‘Space Elements’, no seu terceiro volume (CD Staubgold, LP pela Taiga), que conta com a participação de César Burago, Afonso Simões, Tatsuya Nakatani, Victor Gama, Marco Franco, Riccardo Dillon Wanke e Toshio Kajikara. Nesta sua longa etapa do seu trabalho, Toral cria instrumentação electrónica, à qual oferece uma técnica e um léxico, capaz de operar em circunstâncias de composição em tempo real com a liberdade e preocupações de densidade, timbre e fraseado do jazz. Daí resulta uma música futurista, que apresenta fascinantes possibilidades de afinação, dinâmica e métricas. Para o particular deste concerto, o Space Collective apresenta-se com Rafael Toral em vários instrumentos electrónicos, Manuel Mota na guitarra eléctrica, Ricardo Dillon Wanke no piano eléctrico, Ruben Costa em sintetizador modular, e Afonso Simões na bateria. Quinteto de luxo constituído por 5 dos músicos que mais têm feito pela progressão da música produzida em solo nacional, para assinalar um vital passo em território virgem no trabalho liderado por este artista português.
Site oficial rafaeltoral.net
Myspace www.myspace.com/rafaeltoral
Entrevista à revista Jazz.pt rafaeltoral.net/press/interviews/jazz_pt
Vídeo ao vivo na Galeria Art Of This, em Minneapolis, EUA www.youtube.com/watch?v=0OoOAdCRMo4&feature
Mais informação no site do Museu do Chiado em
www.museudochiado-ipmuseus.pt/pt/node/1041
Este concerto conta com o apoio
Filipe Felizardo + FÚ dj set
Guitarrista-paisagista por excelência da Lisboa contemporânea, Filipe Felizardo tem sido dos grandes instigadores da rotina cósmica e da galvanização anímica das ruas da capital onde tudo acontece em som e vibração. Para este concerto pega nas suas seis cordas estratosféricas e retira-lhes o trabalho de loopagem a que nos tem habituado, levando técnicas de sustain lírico da escola Neil Young-Stephen O'Malley ao limite do aço. Alguns passos mais perto do abismo é o caminho escolhido, e ainda bem para nós que nos queremos, ininterruptamente, resolver de todas as maneiras. Estreia no Lounge desta personalidade pluri-artística, um verdadeiro busto para a eternidade do que pode ser a tuga esclarecida no séc. XXI.
Soundcloud soundcloud.com/filipe-felizardo
Myspace www.myspace.com/conjecturesandrefutations
Hayvanlar Alemi
Trio de guitarra eléctrica, baixo eléctrico e bateria proveniente de Ancara, os Hayvanlar Alemi são das propostas mais imprevisíveis a surgir no panorama da música independente no último par de anos. Herdeiros legítimos do trabalho pancontinental de celebração de tanta música de libertação e luta realizado pela editora Sublime Frequencies (que nos mostrou pérolas como Omar Souleyman, Group Doueh, Group Inerane, e tanta música tailandesa, palestiniana, marroquina, e tantos outros etcs...), que de resto os edita, e pegam justamente numa das tradições que tem deixado os amantes do psicadélico e celebratório ofuscado desde os anos 60 – o rock psicadélico turco. A Turquia foi, acredite-se sem reservas, provavelmente o país que, em paralelo com os Estados Unidos, a Inglaterra e o Japão, mais viveu o psicadelismo, cruzando o fraseado, as melodias e as harmonias locais com a viagem e soltura estrutural das aberturas criadas pelo género (e respectivos narcóticos). Os Hayvanlar Alemi utilizam essa avenida e história, criando um rock estratosférico de lirismo de arena turca, algures entre o melhor Erkin Koray, Sun City Girls e a música eléctrica do Saara. Completamente exótico mas 100% real.
Myspace www.myspace.com/hayvanlaralemi
Editora www.sublimefrequencies.com/item.asp?Item_id=78&cd=Hayvanlar-Alemi:-Guarana-Superpower
Perfil no jornal Guardian www.guardian.co.uk/music/2011/jan/31/new-band-hayvlanlar-alemi
Vídeo ao vivo no Festival ATP, Minehead, Reino Unido www.youtube.com/watch?v=EpHLtdq1fTc&feature
Mais informação no site do Museu do Chiado em
www.museudochiado-ipmuseus.pt/pt/node/1041
Este concerto conta com o apoio
Animal Collective
Constantes pioneiros do trilho contemporâneo da música global popular da última e presente décadas, os Animal Collective regressam aos palcos na sua formação completa (Avey Tare, Panda Bear, Deakin, Geologist) pela primeira vez desde o seu álbum Feels, de 2006. Após comissariarem o Festival All Tomorrow Parties no Reino Unido em Maio, encetam uma tour europeia onde podemos contar com um reportório composto por velhas canções do seu brilhante catálogo, e novos temas a figurar num álbum a editar nos próximos meses, no qual têm estado a trabalhar extensivamente desde o início do ano corrente. Porventura as marcas mais recorrentes na sua música, tanto no que diz respeito a estúdio como a concertos, têm que ver com a irrepetibilidade e com uma constante progressão. O trabalho novo sempre diferente de todo o anterior, as próprias revisitações de peças antigas profundas reformulações. Como acontece em toda a grande arte, a coerência do corpo do trabalho alcança-se através de ética e de brio. Tudo o resto é consequência, e no caso dos Animal Collective é dificílimo encontrar quem lhes faça frente no campo da canção norte-americana actual. A sua curiosidade por novas formas e métricas e o virtuosismo com que moldam matéria sonora (voz humana, electrónica, guitarra, percussão, samples) marcam, como poucas outras coisas, a cultura pop e a produção de música nos últimos anos. Oportunidade inclusiva para perceber onde e como se expressa agora o grupo, dois anos após o lançamento de Merriweather Post Pavillion, um dos álbuns mais aclamados pela crítica e acarinhado pelo público neste planeta em 2009. Neste seu primeiro concerto em Portugal em cinco anos, podemos aguardar o reconhecimento, em som e espírito, de que a única estabilidade real é a instabilidade dos que seguem desbravando.
Myspace www.myspace.com/animalcollective
Site oficial myanimalhome.net/
Editora www.dominorecordco.com/
Bilhetes disponíveis em www.ccb.pt/sites/ccb/pt-PT/Programacao/Musica/Pages/ANIMALCOLLECTIVE.aspx, assim como na Ticketline em www.ticketline.pt/Espectaculo.aspx?IdEspectaculo=3493, FNAC e locais habituais
Calhau!
Em actividade e operando sob o nome Calhau! desde 2006, o casal sediado no Porto, Marta Ângelo e João Alves, têm vindo a desenvolver um admirável corpo de trabalho transdisciplinar em artes visuais, som e música. A sua produção de filmes, cartazes, trabalhos gráficos, instrumentos, performances, textos, concertos e música, evocando referências que vão desde Lygia Clark a Raymond Roussel, são uma consumação de dimensões díspares que incluem, nas suas próprias palavras, “voodoo português e bugigangas ressoantes de pulsões pagãs, sustentadas por um sentimento de partilha e amor”. Com um 2011 até ao momento traçado com arrojo e pertinência, apresentaram-se ao vivo em Janeiro no festival NETMAGE, bem como noutras aventuras em Itália nesse período como um concerto numa gruta e visita e filmagens num vulcão no sul do país. A sua participação na 10ª edição do Prémio União Latina foi, no mínimo, memorável, com a sua peça musical com recurso a um coro levada à cena no Centro Cultural de Cascais, e em Março lançaram o seu primeiro LP, ‘Quadrologia Pentacónica’, na editora nacional Rafflesia. O álbum é também, de fundo, um trabalho audiovisual sustentado numa única projecção que condensa quatro curtas originais em 16mm. O disco é então a banda sonora ou complemento e extensão de composição musical do projecto, colocando em evidência uma lírica alicerçada em anagramas, palíndromos e anacíclicos, conotando as canções com ardilosas assemblages de frases a par que se revelam faux capicuas ou deliciosas simetrias nonsense psicadélicas.
Myspace www.myspace.com/calhau
Site oficial www.einsteinvoncalhau.com
Editora rafflesiarec.blogspot.com
Vídeo ao vivo na ZDB www.youtube.com/watch?v=kEjvlb6V01M&feature
Mais informação no site do Museu do Chiado em
www.museudochiado-ipmuseus.pt/pt/node/1041
RED Trio
Formação constituída por Rodrigo Pinheiro (piano eléctrico e acústico), Hernâni Faustino (contrabaixo) e Gabriel Ferrandini (bateria), o RED Trio foi das melhores coisas a acontecer ao jazz nacional numa enormidade de tempo. Pelo rácio de trabalho, quantidade de datas e razões que só têm algo a retorquir à empatia e à telepatia, a banda rege-se primordialmente pela dinâmica e a forma abstracta – de voragens ocêanicas até ao detalhe da afinação microtonal, tudo no entretanto é concordância e entendimento para lá do verbalizável. Considerados pela All About Jazz de Nova Iorque como o melhor projecto ao vivo de 2010, e também galardoados pela mesma publicação como a melhor estreia discográfica do ano, foram das pouquíssimas formações nacionais a pisar o palco da Fundação Calouste Gulbenkian no Jazz em Agosto. Esta será a sua primeira data lisboeta após uma digressão pela Alemanha, Áustria e Polónia.
Site oficial redtrio.info
Myspace www.myspace.com/redtriospot
Entrevista bodyspace.net/entrevistas.php?ent_id=348
Vídeo ao vivo vimeo.com/2095063
Mais informação no site do Museu do Chiado em
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Este concerto conta com o apoio
Sei Miguel
Nascido em 1961, Paris, viveu no Brasil e em França até radicar-se em Portugal nos anos oitenta. Cedo escolheu o trompete pocket, instrumento que toca com consciência plena de toda a história do jazz. Director, arranjador e instrumentista utiliza no seu trabalho soluções avançadas e singulares de timbre, fraseado, espaço e silêncio, que vem aperfeiçoando há décadas. É dos raros músicos da contemporaneidade que encara e manuseia o jazz como um universo de progressão artística e humana de potencial aparentemente infinito.
Para esta apresentação apresenta-se em quarteto com Fala Mariam (trombone alto), Pedro Gomes (guitarra eléctrica; músico com quem acaba de editar o celebradíssimo álbum em duo ‘Turbina Anthem’) e César Burago (percussão).
Myspace www.myspace.com/seimiguel
“Os Céus”, ao vivo no CCB www.youtube.com/watch?v=H7uPebm5Ros
Mais informação no site do Museu do Chiado em
www.museudochiado-ipmuseus.pt/pt/node/1041
Six Organs of Admittance
Dos grandes escritores de canções e guitarristas dos Estados Unidos da última década, Ben Chasny trabalha com a singularidade de espírito e a acutilância estética dos bravos e dos esclarecidos, sempre obsessivo tanto com a transparência da frase melódica, como com a invenção da forma. Impressiona a sua produtividade editorial e a amplitude estética que consegue cobrir, não só na música que compõe, como na variedade de artistas com quem colabora (Magik Markers, Richard Bishop, David Tibet ou Will Oldham, entre tantos outros de relevo). Dele e dos Six Organs of Admittance (o nome deste seu projecto principal) é uma luminosidade harmónica desbragadamente benigna, desenvolvida num fingerpicking solista, espiralado, possesso e turbulento, complementado por um profundíssimo conhecimento do rock e country (Bruce Springsteen, Townes Van Zandt e outros nómadas em quilometragem e espírito), e por um entendimento de alta ordem das possibilidades expressivas do som, particular onde é extremamente informado pelo psicadelismo nipónico, e por referências como Keiji Haino, Asahito Nanjo, Mainliner, High Rise ou Kan Mikami. Regressa agora a Portugal para apresentar o magnífico e extremamente celebrado Asleep on the Floodplain, disco gravado de forma caseira, bem longe dos estúdios, e lançado este ano pela Drag City (casa que irá reeditar internacionalmente o trabalho de Carlos Paredes, influenciada pela admiração de Chasny pelo músico português). Para estas actuações na Culturgest Porto e Teatro Maria Matos vamos poder escutar Ben Chasny a solo, em guitarra acústica e voz, porventura a forma mais plenamente recompensadora de assistir a um concerto deste músico.
Site official www.sixorgans.com
Myspace www.myspace.com/sixorgans
Editora www.dragcity.com
Vídeo ‘Light of the Light’ www.youtube.com/watch?v=1lTPv5v6RKM
Mais informação no site da Culturgest em www.culturgest.pt
Bilhetes disponíveis na Culturgest, Ticketline e locais habituais
Mais informação e bilheteira online no site do Teatro Maria Matos em www.teatromariamatos.pt/pt/prog/musica/20112012/sixorgansofadmittance
Olive Troops SOS + Filho Único dj set
Esta holding belicista do azeite, transumante entre o Barreiro, Leiria e Lisboa, faz a sua estreia na capital na nossa mensalidade de Setembro no Lounge. Constituídos por Bruno Silva (Osso, Brisa Panaca), Carlos Nascimento (Osso, Robert Foster) e Vitor Lopes (Frango, Brisa Panaca), dizem-se embrenhados “num léxico de cartografia dispersa, indeciso entre o poço e o cosmos”. A sua música é uma floresta germânica de eco e contrição, de permanente busca e inquisição da aura e sombra do que projectam em tempo real. Evocações e conluios kraut e dub à cabeça (e corpo), saboreiam-se aqui trilhos afectos ao chill de pós-rave de inícios de 90 via decantação em corno longo de Burzum na prisão. Para consumar ao vivo, sem remorsos.
Site/disco olivetroopsos.bandcamp.com
Vídeo vimeo.com/20283333
OUT.FEST 2011 - Schlippenbach Trio
Depois da seminal apresentação a solo, na anterior edição do OUT.FEST, de Alexander Von Schlippenbach, imediatamente definimos, e após entusiástica sugestão por parte do próprio, um regresso com o seu mítico trio. A um ano do quadragésimo aniversário de ‘Pakistani Pomade’, é com enorme honra que recebemos os autores dessa obra central do jazz - três dos mais importantes músicos europeus vivos. Alex von Schlippenbach (piano), Evan Parker (saxofone) e Paul Lovens (bateria). Falamos do que permanece e se expande, num processo brutalmente gradual e inquebrantável, como um dos trios decisivos para a definição das possibilidades do jazz e da forma improvisada. A capacidade de entender e desenhar a grande forma, a maneira que cada um destes três colossos (cada um deles uma lenda no seu instrumento) tem de construção e entendimento telepático, e a capacidade e imediatez como, com a maior destreza e brio conseguem desenhar novas constelações, torna cada uma das suas seleccionadas apresentações ao vivo uma ocasião como nenhuma outra na música contemporânea.
Site oficial www.avschlippenbach.com/trio.html
Bilhetes únicos (5€ ou 12€) à venda no local e/ou incluído no passe global do festival (20€) disponíveis na Ticketline e locais associados, lojas Flur e Matéria Prima, e na loja-sede do festival, no Mercado 1º de Maio no Barreiro
OUT.FEST 2011 - Dieter Moebius + Kwjaz
Nascido na Suiça há 67 anos atrás, foi em Berlim, enquanto estudante de artes plásticas, que conheceu Hans-Joachim Roedelius e Conrad Schnitzler (RIP), com quem formou os Kluster. Já só com Roedelius a partir de 1971, continuaram enquanto Cluster e construíram uma discografia que influenciou de forma decisiva o desenvolvimento da música popular electrónica. Com cúmplices e generosas colaborações ao longo dos anos com Conny Plank , Michael Rother, Brian Eno ou Mayo Thompson, Dieter Moebius deixou bem vincada a sua inclinação pelo inóspito no campo do ritmo e repetição, gerado pelas máquinas sob a batuta das ideias. Em Maio lançou o seu novo disco ‘Ding’ e vem ao OUT.FEST mostrar o seu característico estoicismo performativo, qualidade que releva a clareza e dimensão hipnótica da sua música.
Site oficial www.dietermoebius.de/intro.html
Ascendendo logo ao primeiro álbum a um panteão onde habitam escapistas brilhantes como James Ferraro ou Spencer Clarke, Peter Berends conseguiu sobre o intrigante pseudónimo Kwjaz criar um fascinante registo - capaz de articular as memórias de Jon Hassell, Alice Coltrane ou do espaço da ECM revisto pela sensibilidade processual de William Basinski - numa música que fazia dessa conjectura referencial via para uma alienação envolvente (passe o paradoxo). Com o fluxo lo-fi dessa cassete de estreia a ser alvo de uma merecida reedição pela influente Not Not Fun e com um recentíssimo split com Rangers a perpetuar já uma linguagem personalizada, é com uma incrível noção de timing que Berends chega ao OUT.FEST, numa daquelas ocasiões de “eu estive lá” que irão deixar marca.
Editora www.brunchgroupe.com/kwjaz.html
Bilhetes únicos (5€ ou 12€) à venda no local e/ou incluído no passe global do festival (20€) disponíveis na Ticketline e locais associados, lojas Flur e Matéria Prima, e na loja-sede do festival, no Mercado 1º de Maio no Barreiro
OUT.FEST 2011 - Bill Orcutt
Depois de ter desarrumado tudo aquilo que mais interessava ao rock nos seminais Harry Pussy, Bill Orcutt decidiu-se a deixar a guitarra durante 12 anos para reaparecer vindo de nenhures em 2009 com o assombroso A New Way To Pay Old Debts. Maravilhoso tratado em estado bruto da multiplicidade (harmónica, rítmica, tonal) de uma velha guitarra acústica que deixou marcas profundas em todos aqueles que o ouviram, e que teve, agora mesmo, sequela admirável com o novíssimo How The Thing Sings na Mego. Um dos grandes regressos deste ano, daquele que será, porventura o mais crucial e inventivo guitarrista da actualidade, numa música plena de história (dos blues primordiais, do jazz, do rock e da música improvisada) que a articula numa linguagem profundamente idiossincrática.
Site oficial palilalia.com
Bilhetes únicos (5€ ou 12€) à venda no local e/ou incluído no passe global do festival (20€) disponíveis na Ticketline e locais associados, lojas Flur e Matéria Prima, e na loja-sede do festival, no Mercado 1º de Maio no Barreiro
OUT.FEST 2011 - Sei Miguel Unit Core c/ Norberto Lobo + Part Wild Horses Mane on Both Sides
“Abrigo dos Pássaros” é a nova peça do genial Sei Miguel, desenhada a pensar no seu Unit Core (Fala Mariam, Pedro Gomes e César Burago) e em Norberto Lobo, maravilhoso guitarrista português aqui no primeiro encontro público com o maior trompetista desta nossa terra. A peça, para trompete, trombone alto, guitarras eléctrica e acústica e percussão, é uma composição expansiva, com uma estrutura narrativa fugada. Uma versão parente desta peça, apresentada há dois anos, mostrava uma das mais fascinantes composições de Sei Miguel – a riqueza e variedade de textura e forma, e a condução anímica da peça completamente aparte do que está escrito nas pautas do passado, mais parecendo uma muito lírica história dos domínios do hiper-real e do metafórico. Estamos perante o encontro de duas das grandes figuras da música portuguesa, em estreia no OUT.FEST.
Myspace www.myspace.com/seimiguel
Nascido no seio de uma fértil comunidade de Sheffield onde pontuam nomes como os The Wax Heel ou The Hunter Gracchus, este duo formado por Pascal Nichols e Kelly Jones é a melhor coisa vinda do panorama exploratório das Ilhas Britânicas desde que os Vibracathedral Orchestra nos fascinaram com as suas viagens cósmicas. Assente em recursos parcos (flauta, bateria e alguma electrónica pobre), a música deste duo consegue fazer convergir de modo natural uma míriade de linguagens na fronteira entre o free-jazz, o psicadelismo, a musique-concrete e alguma folk, abraçando décadas de música no seu estado mais espiritual, evocativas da simbiose do Don Cherry com o Ed Blackwell, do espaço infinito dos Taj Mahal Travellers ou do lirismo da banda sonora de Eduard Artemiev para Stalker.
Myspace www.myspace.com/partwildhorsesmaneonbothsides
Bilhetes únicos (5€ ou 12€) à venda no local e/ou incluído no passe global do festival (20€) disponíveis na Ticketline e locais associados, lojas Flur e Matéria Prima, e na loja-sede do festival, no Mercado 1º de Maio no Barreiro
OUT.FEST 2011 - Oneida + Stephen O’Malley + Damo Suzuki & Sunflare + Tropa Macaca + EITR
Vindos de Brooklyn, os Oneida são um daqueles casos excepcionais que consegue ser transversal a décadas de boa música sem nunca soar minimamente revisionista ou estupidamente reverente. Assumindo com inteligência uma faceta eminentemente lúdica, capaz de trazer o melhor do krautrock, do space rock e da electrónica mais cósmica para dentro de canções tão memoráveis quanto desafiantes, e contando com um currículo de discos tão importantes como Each One Teach One, Happy New Year ou o colossal triplo-disco que foi Rated O, os Oneida são marca indelével de um mundo de possibilidades para a contínua exploração do lado mais inconformista do rock sem ponta de chico-espertice ou pretensiosimo bacoco. Antes, uma capacidade brilhante de pôr a cabeça a pensar enquanto o corpo sucumbe a uma dança desengonçada e a um sorriso rasgado.
Myspace www.myspace.com/oneidarocks
Iniciando o seu percurso criativo como artista gráfico e jornalista com um trabalho sempre concentrado no universo do metal, Stephen O’Malley tem vindo a demonstrar uma rara abertura e criterioso ecletismo, fundindo, através de colaborações e ideias, géneros até hoje distantes entre si. Contudo, o fulcro do seu trabalho musical concentra-se num ponto que intersecta os vários léxicos em que opera – a pesquisa e a viagem do som contínuo. Reinventando os vocabulários do rock, da música contínua e do metal, o guitarrista norte-americano, é dos artistas destes campos estilísticos que maior detalhe e invenção aplica no desenho, na arquitectura acústica e no impacto físico-psíquico do som. O seu ritmo é o do vocabulário do doom metal, informado pela amplitude de dinâmica e pelo léxico herdados de uma pluralidade de exploradores e transgressores de várias áreas, de Hendrix a Coltrane, Keiji Haino, Pandit Pran Nath ou Sonny Sharrock.. Das principais figuras da última década na afirmação estética do metal enquanto género de vanguarda e espaço artístico aberto à liberdade e expansão criativas, O’Malley apresenta-se aqui num dos seus raríssimos concertos a solo.
Site oficial www.ideologic.org
Não é de todo à toa que Damo Suzuki é um ícone do rock e da música de propósitos transcendentalistas desde os anos 60 – concerteza que ajudou ter sido o vocalista dos anos mais dourados dos Can, mas tem sido através de uma imparável viagem por todos os continentes que tem cada vez mais cimentada a sua posição como um dos grandes espíritos positivos, e um dos grandes vocalistas da música das últimas décadas. Cada concerto do seu Network é dirigido por uma inigualável noção de arquitectura de energia, construção rítmica e orquestração rockeira. As suas apresentações prévias em Portugal foram todas lendárias (acompanhado por Loosers, Nuno Rebelo/Massimo Pupillo/Marco Franco, CAVEIRA ou Soopa), e esta prevê-se como o real incêndio benigno, já que os tropas recrutados para esta instância são os diabólicos Sunflare, trio nacional que nasceu para criar nova tecnologia anímica-espiritual de desbravanço estratosférico (e acabaram de lançar um fascinante disco de estreia que o Julian Cope amou e pouca gente ainda ouviu – tratem desse assunto). É garantido que vai ser monumental – Damo não sabe fazer menos que isso.
Site oficial www.damosuzuki.com/html/main/frameset.htm
Myspace www.myspace.com/sunflarefuzz
Primeiro concerto em o que realmente é demasiado tempo da Tropa Macaca em Portugal (um regresso ao OUT.FEST, quatro anos depois de inaugurarem a inesquecível noite que partilharam com os Wolf Eyes), e a primeira actuação ao vivo depois de uma série de datas épicas nas maiores metrópoles brasileiras. À medida que o tempo passa é cada vez mais redutor dizer que Joana da Conceição está nas electrónicas e André Abel na guitarra eléctrica – os seus instrumentos há muito se tornaram orquestras de criação de super-realidade, e o que delas conseguem extrair há muito que é estritamente do domínio do singular. A sua música caminha no tempo e no espaço com a destreza e visão dos deuses, prova blindada da pureza da projecção, da importância da constância e da liberdade do trilho. Para este espectáculo apresentam trabalho em som e imagem, nas vésperas da edição de um colossal e incrivelmente simétrico novo álbum, a editar em 2012.
Site oficial tropamacaca.com
Duo de Pedro Sousa e Pedro Lopes, dois jovens músicos nacionais, e dos mais entusiasmantes na exploração plástica, tímbrica e enérgica do som a surgir em muito tempo em Portugal. Utilizando saxofone (Sousa), vários gira-discos (Lopes) e um uso comunitário de electrónica, a sua é uma música assumidamente nervosa, porque obsessivamente debruçada sobre o abismo do momento seguinte. Ao contrário de outras escolas passadas de improvisação mais atentas à escuta e à pureza da emissão, esta é uma busca tão concentrada quanto frenética pela descoberta em diálogo de nova matéria sonora. Lopes é um impressionante instrumentista dos pratos, e a quantidade de acontecimentos simultâneos que consegue potencializar e orquestrar é raríssimo na história do seu meio de eleição, enquanto Sousa é um saxofonista extremamente cáustico – chega à melodia através do som puro, e é dessa matéria essencial que surge um léxico muito próprio, de uma outra improvisação, extremamente afirmativa e vibrante.
Myspace www.myspace.com/eitrproject
Bilhetes únicos (5€ ou 12€) à venda no local e/ou incluído no passe global do festival (20€) disponíveis na Ticketline e locais associados, lojas Flur e Matéria Prima, e na loja-sede do festival, no Mercado 1º de Maio no Barreiro
Rafael Toral Space Collective 3 + Filho Único DJ set
Músico com trabalho incontornável no panorama mundial da música electrónica, Rafael Toral lançou este ano novo registo discográfico, ‘Space Elements Vol. III’ (CD Staubgold, LP pela Taiga), numa altura em que se completam 7 anos de pesquisa e desenvolvimento do seu Space Program. Nesta longa etapa do seu trabalho, Toral cria instrumentação electrónica, à qual oferece uma técnica e um léxico, capaz de operar em circunstâncias de composição em tempo real com a liberdade e preocupações de densidade, timbre e fraseado do jazz. Daí resulta uma música futurista, que apresenta fascinantes possibilidades de afinação, dinâmica e métricas. Este concerto, na nossa residência mensal no Lounge, inaugura, segundo o próprio, “a fase de expansão do Space Collective que vai marcar este Outono e Inverno, que se consolida com pequenas formações”. O Space Collective 3 apresentar-se-á com Rafael Toral em vários instrumentos electrónicos, Hernâni Faustino no contrabaixo e Gabriel Ferrandini na bateria.
Site oficial http://rafaeltoral.net
Myspace http://www.myspace.com/rafaeltoral
Entrevista à revista Jazz.pt http://rafaeltoral.net/press/interviews/jazz_pt
Vídeo ao vivo na Galeria Art Of This, em Minneapolis, EUA http://www.youtube.com/watch?v=0OoOAdCRMo4&feature
Cian Nugent + Steve Gunn
Cian Nugent é descontraídamente dos guitarristas em registo acústico mais promissores na Europa actual – que já é dos mais fascinantes, não há dúvidas. Tivemos o privilégio de o ver na edição de 2009 do Out.Fest e numa sessão ao fim da tarde no Museu do Chiado no ano seguinte, e entre copos e jantares, rapidamente percebemos de que se tratava de gente com o coração no sítio, cabeça a funcionar, os olhos a brilhar, e capaz de tocar guitarra com o controlo de velocidade, dinâmica, textura, timbre e da frase circular como só os que vieram a este mundo para fazer coisas boas e novas o sabem oferecer. Editou este ano \'Doubles\', pela mítica VHF, que o apresenta num enquadramento bem mais orquestrado, com banda a acompanhar. Contudo, vê-lo a solo é captar todos os detalhes de luz, melodia e harmonia que o Cian, cidadão irlandês obscenamente novo (e legal), cria de uma maneira exclusiva dos espíritos profundamente inquisitivos (mesmo que lá esteja John Fahey, Hamza el Din ou as benesses poéticas do Theatre of Eternal Music). Tem sido um privilégio vê-lo ao vivo, e assistir aos enormes avanços com que nos presenteia a cada vez. Esta ocasião não será, concerteza, excepção.
Steve Gunn é uma lenda da música da rua norte-americana contemporânea mal iluminada e desesperadamente longe de qualquer concepção de moda – o que é um pouco paradoxal, ou deveria ser (já entendem porquê). Gunn é dos poucos guitarristas que parte das premissas do bluegrass para pegar à séria e como um homem nas seis cordas de aço que deus nos deu. É pura dureza do real vivido sem hipocrisias, com luz a sair de todos os poros como só os cromos mais sofridos e benignos. Já o escutamos há alguns anos nos GHQ (com Marcia Bassett dos Double Leopards e Hototogisu e Pete Nolan dos Magik Markers), e depois de ouvirmos o solo \'Boerum Palace\' (Three Lobed, 2009), ficámos a roer-nos para o ter por cá. Como se não bastasse, o homem é conhecido por de vez em quando tirar da cartola uma versão de J.J. Cale. De resto, não só é fortíssimo no fingerpicking, como canta na linhagem Skip Spence/Townes Van Zandt, com a quantidade positivamente errada de reverb. Assuntos muito sérios, portanto.
Convenhamos que é meio impossível terem um plano melhor para esta noite.
Myspace http://www.myspace.com/ciannugent
Editora http://www.vhfrecords.com/catalog/125.htm
Vídeo para ‘Sixes and Sevens’
http://www.youtube.com/watch?v=7FNtWkz8Jog
Sítio oficial http://steve-gunn.com
Editora http://www.threelobed.com/tlr/tlr054.html
Vídeo para ‘Dusted Mind’ http://www.youtube.com/watch?v=3Qa1LzkWUD0
Bilhetes disponíveis nas lojas Flur e Matéria Prima
Fundraising da Cafetra Records – CAFETRA&AMIGOS
Noite absolutamente obscena projectada de uma forma extraordinariamente positiva, com sets seguidos a rasgar de todos os artistas Cafetra e Amigos – sem hierarquia, a democracia aqui funciona melhor que no resto do ocidente. Os concertos duram entre os 10 e os 25 minutos, as pausas entre actuações são para respirar, e a maratona para além de durar cerca de 3 horas, serve para bancar a edição do disco de estreia d’Os Passos em Volta, ilustres omitidos e beneficiários da celebração. Entre as obliterantes Pega Monstro, a berraria transcendentalista dos Kimo Amoeba, uma aparição de deus B Fachada e uma quantidade enorme de bandas sobre as quais ainda não tivemos tempo para teorizar o que quer que seja (tudo muito rápido – ainda bem), o ambiente que vimos deste conglomerado de putos lindos no Lounge já foi lição de vida suficiente para ficarmos rendidos. O pop, o rock e a canção portuguesa recomeçam aqui. Ver para crer. Todo o dinheiro dos bilhetes desta noite ridiculamente barata reverte para pagar a edição do primeiro disco d’Os Passos.
ALINHAMENTO:
Éme – 2 músicas - 15min
Smiley face – 10 min
Putas Bêbadas – 10 min
No love – 1 música (Max. 2) – 5 min
100 Leio – 20 min
Pega Monstro – 20 min
O Cão da Morte – 15 min
Go suck a fuck – 10 min
B Fachada – 20 min
Rabu Mastah – 10 min
Cochaise – 20 min
Kimo Ameba – 20 min
TOTAL: 2h 55min
Nota: Os nomes a itálico são os AMIGOS da Cafetra – O Cão da Morte gravou o EP de Éme, B Fachada vai gravar Pega Monstro e o Filipe Sambado (dos Cochaise) gravou o disco d’ Os Passos em Volta.
Blog oficial da Cafetra Records http://cafetrarecords.blogspot.com
Compilação da Cafetra Records disponível para download http://www.mediafire.com/?yq41qlervl7l46x
Entrevista ao Jornal i http://www1.ionline.pt/conteudo/138447-cafetra-records-para-todos-os-efeitos-somos-putos-fazer-musica
Bernardo Devlin + Filho Único DJ set
Depois de no último par de anos ter sido reconhecido mais pela produção de discos nacionais em que se encontrava envolvido, como ‘Cherries that went to the Police’ de Rita Braga ou ‘Quadrologia Pentacónica’ dos Calhau!, Bernardo Devlin brinda-nos na nossa edição de Novembro de ‘Filho Único Apresenta no Lounge’ com o seu primeiro concerto em Lisboa em vários meses. Músico fundamental no campo da Canção lusa, alicerçada a partir da experimentação sónica e textural orientada para a resolução prática de ideias musicais e poéticas, é sabido o seu lugar na formação e primeiros anos dos reputados Osso Exótico, até a altura em que aceita um convite criativo que o leva a abalar e ir viver para Berlim por volta de 92. Constrói ao longo das quase duas décadas seguintes uma discografia fascinante sob o crivo do seu próprio ritmo e energia conceptual, amiúde esparsas mas marcantes actuações ao vivo, destacando-se ainda a participação no disco ‘Token’ de Sei Miguel, o seu progressivo empenho e apelo para a autoria de bandas-sonoras originais para cinema, bem como a frutuosa colaboração com o compositor inglês Andrew Poppy, iniciada em 2003. Tendo o album ‘Sic Transit’ pronto e previsto para edição para breve, Bernardo apresentar-se-á a solo, com canções assentes ‘em bases electrónicas/electroacústicas’, como definiu. Todavia, algumas das canções novas que nos oferecerá rendição serão cantadas em inglês, podendo vir a fazer parte de um futuro album de título ‘Croma Key’, perspectivado para ser gravado algures em 2012.
Site oficial http://bernardodevlin.com
Myspace http://www.myspace.com/bernardodevlin
Entrevista http://manarecordings.wordpress.com/2011/09/06/bernardo-devlin
Vídeo ao vivo na Sala do Risco http://www.youtube.com/watch?v=sq9S9PWM1u4
R. Stevie Moore + Os Passos em Volta
Pensávamos realmente impossível, porque R. Stevie Moore já tinha falado repetidamente que não voltava a viajar para tocar – não só por razões de saúde, mas porque já tinha passado tanto tempo que a atitude em relação a investir numa empreitada dessas era sempre numa toada mais que justa de “tivessem prestado atenção mais cedo”. Foi pois com enorme agrado que vimos que voltava aos palcos, que a saúde melhorara substancialmente, e que neste universo pós-Ariel Pink o Stevie tinha deixado de ser uma figura da margem das margens, e passara a ser uma figura de margens que agora já era ouvida. Filho do baixista do Elvis e com a maior descontração dos grandes escritores de canções pop desde Brian Wilson, lançou números pornográficos de discos, muitos deles clássicos realmente imparáveis (‘Phonography’ é fantástico para iniciados, tal como é a antologia editada pela Cherry Red há poucos anos). Escreveu, desde há cerca de 40 anos até hoje, músicas que foram feitas para serem consumidas por galáxias e galáxias de gente de um tempo e de um espaço que só R. Stevie Moore controla. A sua noção de estrutura, melodia, o seu imbatível sentido de humor, a sua capacidade teatral e de acentuação insólita do real (nunca se percebe onde uma acaba e outra começa) apenas começam a definir alguém que é, efectivamente, dos génios vivos da música pop e da cultura norte-americana. É pois um privilégio imenso ter o incontornável R. Stevie Moore, numa das datas desta inesperada viagem até à Europa, no lance de uma segunda vida, que merece o tratamento dos príncipes e dos heróis de guerra, ainda e sempre em estado de graça.
A arrancar a noite outro momento especialíssimo – trata-se do lançamento do disco de estreia d’Os Passos em Volta, quinteto mercurial de meta-poética do instinto adolescente dos abençoados, formação pivotal da Cafetra, editora que alberga cerca de uma dúzia de projectos de amigos, que são, muito provavelmente, o colectivo de gente (incrivelmente nova) a fazer música mais democrático e benigno que já vimos funcionar neste país. As palavras ainda nos falham para falar deste grupo de cinco músicos, mas pegam a educação da canção pop suja, as palavras e o riso de quem sabe confrontar o absurdo num momento de abismo, e a energia/raiva benigna de todos os que gritam puros em direcção ao conhecimento novo. Vem aí bomba dentro de um CD (com uma capa para ficar nos livros, já agora) que vocês têm que ouvir imediatamente, e é nesta noite que o vão poder comprar em primeira mão.
Site oficial http://www.rsteviemoore.com
Bandcamp http://rsteviemoore.bandcamp.com
‘Goodbye Piano’ http://www.youtube.com/watch?v=OLuC_6xnVRw
'Little Man' http://www.youtube.com/watch?v=o2G4nFovs5I&feature
Vídeo ‘I Like to Stay Home’ http://www.youtube.com/watch?v=v1MfeLx6Uds
Bandcamp http://ospassosemvolta.bandcamp.com
Blog oficial da Cafetra Records http://cafetrarecords.blogspot.com
Vídeo 'Santos Pop' ao vivo no MusicBox http://www.youtube.com/watch?v=uS1Lr1QXRt4&feature
Vídeo ‘Acustiquinha’ http://www.youtube.com/watch?v=gYEkPNeFlpk
Bilhetes brevemente disponíveis na Blueticket.pt
Panda Bear
Inserido na mensalidade Green Ray de Novembro no Lux Frágil, tendo por companhia na mesma noite (e noutro palco, claro) outro arquitecto contemporâneo do som com toque de Midas, Ricardo Vilallobos, Panda Bear apresenta-se em concerto em Lisboa pela primeira vez desde o lançamento do seu aclamado ‘Tomboy’, em Abril deste ano. Incontornavelmente considerado como um dos escritores de canções mais importantes da década finda e do tempo presente, a solo ou nos Animal Collective, tornou pública música e letra que tomou a sua vez no cânone da música popular universal. Vê-lo é sempre uma experiência beatífica e profundamente benigna, e preciosa oportunidade para como obsessiva e construtivamente reestrutura peças recentes e antigas, desenhando também as suas canções futuras, que o começam a ser, realmente, à nossa frente. Raro concerto lisboeta de um dos nossos cidadãos imigrantes mais ilustres, acompanhado em palco pelo seu recente colaborador ao vivo (e responsável pelas misturas finais de ‘Tomboy’), Pete Kember (A.K.A. Sonic Boom / ex-Spacemen 3).
Myspace http://www.myspace.com/pandabear
Editora http://www.paw-tracks.com
Vídeo para ‘Alsatian Darn’ http://www.youtube.com/watch?v=5yvOYoNrzWM
Este concerto é uma co-programação Filho Único e Lux Frágil
Bilhetes disponíves na Ticketline, FNAC e locais habituais, na bilheteira do Lux Frágil e nas lojas Flur e Louie Louie
Shabazz Palaces
Quando ouvimos os primeiros dois EPs dos Shabazz Palaces (e mais um tema exclusivo num split de 7”), ainda em 2010, nem queríamos acreditar no quão poderosa e inesperada era a música que nos estavam a chegar aos ouvidos. Hip-hop a sério, feito por uma das suas figuras dos anos 90, o agora “renomeado” Palaceer Lazaro, ex-Digable Planets. Arquetipal vítima de indústria discográfica pré-era digital, teve tempo para projectar e concretizar uma visão completamente aparte, radicalmente fresca, e o melhor que ouvimos no hip hop esteticamente mais progressivo desde o 2º álbum dos Clipse. ‘Black Up’, editado já este ano pela Sub Pop, é um clássico instantâneo. Letras monumentais, um dos melhores MCs do mundo (ponto), produção com a música negra dos últimos cem anos memorizada e profundamente integrada na composição, e um futurismo que nada tem de protótipo – visões do amanhã hoje, altamente vividas e humanizadas. Surgiu apenas esta semana uma oportunidade de última hora de fazer já este concerto no dia 28 de Novembro (é mesmo essa a data; é assim tão em cima) e não tivemos dúvidas em aceitar de imediato. A banda vem com fé e disponibilidade, e é por tudo isto que o bilhete é tão barato para um espectáculo deste calibre. Hip hop de 2011 topo de gama, como todos os que ouviram Shabazz já sabem, mas se ainda não os conhecem não tenham hesitações – isto é música necessária. Tragam a família.
Sítio oficial http://shabazzpalaces.com
Editora http://www.subpop.com/artists/shabazz_palaces
Vídeo oficial ‘Belhaven Meridian’ http://www.youtube.com/watch?v=VMZKPaSF0GE
Vídeo ao vivo na festa Genius Awards da Stranger http://www.youtube.com/watch?v=sbIM7SKoPTk&feature
Bilhetes disponíveis na http://www.blueticket.pt , FNAC, Worten e restantes locais associados habituais, bem como no local na própria noite
B Fachada
Neste momento B Fachada já não precisará de grandes apresentações, nem será rebatível que é o maior cantautor da geração dele em Portugal, e um dos grandes desde a Revolução de Abril. Acaba de editar mais um marco da produção artística nacional, com Deus, Pátria e Família, o seu magnífico bilhete de vinte minutos para José Mário Branco e um verdadeiro manual (deliberadamente mal disfarçado) do que há para pensarmos neste momento tão particular do nosso país. Aos 26 anos B Fachada possui já uma discografia muito considerável, tendo mantido a promessa dos dois discos ao ano sem qualquer desvio de rota. Tem enchido salas de Norte a Sul com essa raridade que é uma canção portuguesa que não pede desculpa por ser como é, por falar verdades que ficaram silenciadas durante tempo demais. Que soa eminentemente daqui mas em expansão de olhos a brilhar, sem coisas de postal para o turismo autofágico, como demasiadas vezes fizemos nas últimas décadas. Está lá a tradição, voltaram a reivindicação e a proposta concreta; dispensou-se o pudor em cantigas sobre intimidade, com o requinte próprio dos cavalheiros existencialistas e o vigor de um homem que sabe dançar bem, no seu encantador balanço angolano-beirão. À hora de apresentarmos estas duas noites a encerrar o ciclo de programação da Filho Único para 2011 para o espaço da Avenida dos Aliados, sabemos que se vai concentrar em canções para piano e voz, e que o reportório a apresentar ainda está por definir exactamente. Nada mais perfeito – quem sabe o que vai haver para cantar sobre esta terra em Dezembro?
Myspace www.myspace.com/bfachada
Site oficial bfachada.bandcamp.com
Editora www.mbarimusica.com
Vídeo ‘Joana Transmontana’ vimeo.com/14655381
Bilhetes disponíveis na Culturgest, na Ticketline e locais habituais
Mais informação em www.culturgest.pt/actual/29-bfachada.html
Loosers + DJ Fitz & FÚ dj set
“A histórica banda dissidente no panorama português e não só, agora reduzida a duo, prossegue o livre exercício dos seus rituais onde se exorcita a banalidade”. Assim se fazem (re)apresentar o agora duo de Rui Dâmaso e Zé Miguel, para os livros tidos como os incontornáveis instigadores, e homens de acção, da música nacional experimental revigorada do novo século, desde o seu início. Recebendo o louvor e incentivo devido das campanárias influentes do underground internacional, no que ao rock e mestiçagens Experimenta DIY ® afectas é relevante, logo a partir da edição do seu clássico LP de estreia ‘For All The Round Suns’, os Loosers na sua encarnação original com Tiago Miranda na formação empreenderam 3 tours europeias e construiram uma discografia a cada tomo desafiadora e renovadora de expectativas e processos, entre o seu núcleo criativo e aquela imensa minoria global que os seguiam e ouviam. Esperemos agora por esta data para com outra pele encaixar que os Loosers continuam ser os “bárbaros eruditos com um olho nos céus”, como Julian Cope uma vez proclamou ao mundo online.
Após o concerto acolhemos excepcionalmente o nosso amigo DJ Fitz, agente europeu de bandas como Wooden Shjips, Cass McCombs ou Black Dice, connoisseur incomparável de psych de latitudes recônditas e universos confluentes de matilhas divergentes. O homem terá de se degladiar pela atenção da pista com a companhia de um mano da F.Ú.
Sítio oficial http://reverbnation.com/loosers
Mana Podcast http://manarecordings.wordpress.com/
DOODcast http://thedoodcast.wordpress.com
Mixtape http://www.dissonanze.it/doodcast-mixtape
B Fachada + Norberto Lobo
Neste momento B Fachada já não precisará de grandes apresentações, nem será rebatível que é o maior cantautor da sua geração em Portugal, e um dos grandes desde a revolução de Abril. Editou no início do Verão mais um marco da produção artística nacional, com ‘Deus, Pátria e Família’, um magnífico bilhete de vinte minutos para José Mário Branco e um verdadeiro manual (deliberadamente mal disfarçado) do que há para pensarmos neste momento tão particular do nosso país. Aos 26 anos B Fachada possui já uma discografia muito considerável, tendo mantido a promessa dos dois discos ao ano sem qualquer desvio de rota. Tem enchido salas de Norte a Sul com essa raridade que é uma canção portuguesa que não pede desculpa por ser como é, por falar verdades que ficaram silenciadas durante tempo demais. Que soa eminentemente daqui mas em expansão de olhos a brilhar, sem coisas de postal para o turismo autofágico, como demasiadas vezes fizemos nas últimas décadas. Está lá a tradição, voltaram a reivindicação e a proposta concreta; dispensou-se o pudor em cantigas sobre intimidade, com o requinte próprio dos cavalheiros existencialistas e o vigor de um homem que sabe dançar, no seu encantador balanço angolano-beirão. A 2 de Dezembro o músico lança novo disco, ‘B Fachada’, novamente baptizado em homónimo tal como o clássico de Inverno de 2009, e novamente ‘uma edição mbari música & b fachada’, e serve este concerto especial como celebração e apresentação do mesmo.
A abrir a noite Norberto Lobo, com certeza um dos maiores músicos vivos desta e de outras terras, vai subir ao palco para continuar a apresentar o seu fantástico ‘Fala Mansa’ (Mbari, 2011), recentemente considerado o melhor disco nacional do ano pela BLITZ, bem como rever outro reportório passado.
Bilhetes disponíveis na bilheteira online e física do CCB e na Ticketline, FNAC e locais habituais
Novos temas de ‘B Fachada’ (Edição a 2 de Dezembro de 2011) http://bfachada.bandcamp.com/album/b-fachada-lp-2
Myspace http://www.myspace.com/bfachada
Site oficial http://bfachada.bandcamp.com
Editora http://www.mbarimusica.com
Myspace http://www.myspace.com/norbertolobo
Editora http://www.mbarimusica.com