FÚ Apresenta no Lounge Sirius - Yaw Tembe & Monsieur Trinité + FÚ dj set
Sirius - Yaw Tembe (trompete) e Monsieur Trinité (objectos variados).
Concerto no Sabaduo na Vizinha http://archive.org/details/MonsieurTniniteYawTembe
Samara Lubelski
Não raras vezes descrita como uma música predilecta dos músicos, Samara Lubelski, novaiorquina de gema, é das grandes senhoras do universo independente de produção de som mais arrojado. Criada no Lower East Side da Big Apple (quando aquilo parecia Beirute) e rodeada de arte por todos os lados desde miúda, Samara Lubelski já viu décadas passar na cidade onde as décadas condensam o que noutro sítio poderiam ser séculos de acontecimentos, sempre com um juízo crítico apuradíssimo e o maior dos entusiasmos por todos os que arriscam com destreza e engenho. Co-fundadora dos Hall Of Fame, baluartes locais do ruído e da canção desmontada, parte integrante e colaboradora regular vai para mais de 10 anos nos Tower Recordings e em outras formações do guru Matt Valentine. Produziu uma catrefada de discos importantes do rock underground - de 'Arrived in Gold' dos Sightings, a 'Slow Globes' dos Mouthus. Hoje em dia toca activamente com Thurston Moore nos seus Chelsea Light Moving, quarteto que inclui também dois membros dos Sunburned Hand of the Man, Keith Wood (mais conhecido pelo moniker Hush Arbors) e John Moloney, e que tem viajado por todo o mundo. Participação que nasce de uma relação com alguns anos e que já havia dado frutos: Samara foi violinista nos dois últimos discos a solo de Thurston Moore e, consequentemente, companheira de estrada nas suas últimas digressões. Além disso, Thurston produziu o seu álbum anterior, 'The Future Slip', que foi editado na Ecstatic Peace, editora do mítico guitarrista. 'Wavelength' é o sexto longa-duração em nome próprio da senhora Lubelski, e marca o regresso à De Stijl, selo de inatacável relevância no domínio independente norte-americano. A carreira a solo de Samara distingue-se pela sua capacidade em entregar-nos algo de novo pelos mesmos processos e nas várias linguagens que utiliza. Cada álbum é resultado de uma longa maturação e de um amadurecimento de ideias que expressam a sua abordagem singular à canção. 'Wavelenght' é mais um capítulo numa discografia marcada por coerência e aprimoramento, Samara é uma esteta que sabe expressar bem as suas mais valias: uma colocação e presença vocal monotónica, impávida, um trono solene de onde vai operando toda a rica mecânica e harmónica dos instrumentos, arranjados com um requinte exemplar. Como é habitual, Samara conta com a habitual participação de amigos para a construção do seu reino onde habitam os imaginários da melhor Marianne Faithful do início, das meninas esfíngicas da canção francesa (Birkin, Hardy, Lafôret) ou da Nico de 'Chelsea Girl'. PG Six, Helen Rush (ambos seus colegas nos Metal Mountains), Steve Shelley (Sonic Youth), Mortiz Finkbeiner, Willie Lane, Brian Sullivan, são alguns dos nomes que ajudam-na a erguer este riquíssimo monumento da pop livre do ano passado. Um raríssimo caso de perseverança, paz interior e calma em canção, de alguém que continua a ter a gloriosa dose certa de liberdade e curiosidade, para continuar a fazer o que lhe bem apetece, cada vez melhor a cada ano que passa.
"Wavelength"
Vídeo para “Jammage Cruiser”
Vídeo para “Field the Mine”
Keiji Haino
Keiji Haino (n. 1952, em Chiba, Japão) é um dos músicos e performers mais extraordinários dos nossos dias. Não conhecemos ninguém que, em palco, consiga transportar de uma maneira tão milagrosa, aparentemente impossível e forte, a experiência da actuação do artista perante o público.
Com uma carreira com mais de quatro décadas, falamos de alguém que é um dos paradigmas nas linguagens da improvisação livre e do rock mais avançado, alicerçando-se na sua devoção ao poder dos blues primordiais, que transfigura em monumentais exorcismos, que parecem ir para lá de todas as possibilidades que dizem respeito ao contexto de um concerto, de um ritual, e daquilo que parece possível. Há sempre, seja qual for a opinião de quem assistiu a estas cerimónias, um antes e um depois de vermos Haino ao vivo.
Desde 1970, quando forma a seminal banda Lost Aaraaf que abandonaria a meio da década, evoluiu para vários projectos a solo (Aihiyo e Nijiumu), em grupo (Knead, Fushitsusha – das grandes bandas da história do rock - e Vajra) e frequentes colaborações com outros músicos e grupos (Derek Bailey, Jim O’Rourke, Peter Broetzmann, Fred Frith, Faust, Boris ou Loren Mazzacane Connors, entre muitos outros) bem como com poetas, coreógrafos e bailarinos, como Min Tanaka e Kazuo Ohno. Coleccionador de instrumentos etnográficos, tem exemplos na sua extensa discografia de registos conduzidos em electrónica solista (como o theremin digital ou o ‘air synth’) e uma parcela generosa dedicada somente a um único instrumento (percussão, guitarra acústica, sanfona). O seu nome é reconhecido primordialmente como um dos mais explosivos e iconoclastas guitarristas do planeta, ao que importa sempre relevar o seu protagonismo como um dos mais inventivos vocalistas na música improvisada, com um espectro de interesses e concretizações que vão de um indescritivelmente assombrado canto melódico às suas idiossincráticas convulsões guturais a plenos pulmões.
Por influência do magnífico álbum ‘Un Autre Chemin Vers L’Ultime’ de 2011, cuja gravação central da obra o fixou em voz e reverberação natural nas profundidades de uma gruta na vila francesa de La Haye de Routot, desafiámos o mestre nipónico dos black blues para uma performance vocal a solo na Sala dos Espelhos do Palácio Foz – mesmo que nos antípodas do espaço de gravação desse registo, trata-se de uma das melhores acústicas que já ouvimos em Portugal, e que entusiasmaram o artista. Há muito tempo que queríamos voltar a mostrar-vos o Sr. Haino ao vivo; chegou o dia. Imperdível, pode parecer inacreditável, é dizer pouco.
Entrevista Time Out Tóquio, 2012
Trailer "Document Haino Keiji"
Bilhetes disponíveis no Palácio Foz e nas lojas Flur e Matéria Prima
Evento integrado nas comemorações dos 470 anos de amizade entre Japão e Portugal
Dolphins Into The Future, Floris Vanhoof e City Hands + FÚ dj set
A Benelux tem sido dos terrenos mais férteis na última década, para tudo quanto concerne o absurdismo, o ritual, o sagrado e o ridículo nas músicas electrónicas contemporâneas. Com uma tradição de largas décadas de recepção, análise e produção nos terrenos do avant-garde de espírito mais punk, entre a electro-acústica mais exigente e a cerveja mais barata, belgas e holandeses têm levado o DIY com a ironia dos mais sérios. Deste universo temos o prazer de vos apresentar três dos maiores trunfos da área. Dolphins Into The Future, cuja evolução temos vindo a ter o privilégio de assistir em Portugal, será porventura o nome mais reconhecível. A sua última presença, o ano passado no Jardim das Esculturas do Museu do Chiado, veio na senda do seu ''Canto Arquipélago'', união de tecituras mornas e turvas, e gravações de campo feitas durante meses nos Açores. Quando o ouvimos no último Verão, porém, estava a trabalhar numa ópera partindo desses dois procedimentos técnicos; o que escutámos foi magia - Hugh LeCaine nas ilhas. Floris Vanhoof é um menino prodígio das sintetizações e do processamento de sinal na hora, com efeitos dramáticos de nota, e uma espontaneidade no trabalho sobre a matéria de som moldável que tem tudo a ver com as experimentações mais felizes dos pioneiros da electrónica de meados do séc. XX - para adeptos do "Williams Mix" do Cage e do dodecafonismo quando aprendeu a rir de si próprio. Estreia! A arrancar a noite, o projecto a solo do mítico Manuel Padding, nobre vadio das ruas de Den Haag, e co-fundador dos Mean Motion (c/ Christelle Gualdi/Stellar Om Source), tem aqui espaço para as suas mercuriais ruminações entre o pulso dos selvagens e o ruído dos bravos, com as mãos a tratar objectos, electrónica e um microfone calibrado para melhor enaltecer o uivo dos bravos.
Trailer para “Canto Arquipélago” de Dolphins Into The Future
Floris Vanhoof ao vivo no Espace Papillon
City Hands - Free Ride
Calhau! apresentam ‘MAGNETO LUMINOSO CONDUTOR SOMBRA’
Há dois anos lançaram o seu primeiro LP, ‘Quadrologia Pentacónica’, na editora nacional Rafflesia, e nesta ocasião celebram e apresentam o seu novo álbum MAGNETO LUMINOSO CONDUTOR SOMBRA, novamente em vinil 12'' mas desta feita em edição de autor. Do que já nos foi dado a ouvir, estamos em crer que a música nova foi convictamente construída sobre a música anterior, renovada ferocidade em palmilhar novas avenidas para a canção pagã de substracto electro-acústico, munida por uma engenharia conceptual como poucas outras no globo. Em actividade e operando sob o nome Calhau! e capciosas derivações desde 2006, o casal sediado no Porto, Marta Ângela e João Alves, têm vindo a desenvolver um admirável corpo de trabalho transdisciplinar em artes visuais, filme e música. A sua produção de serigrafias, instrumentos musicais, textos, guarda-roupa & caracterização, e apresentação pública de projecções de filmes, concertos, performances e lectures, evocando referências que vão desde Lygia Clark a Raymond Roussel bem como evidenciando um fascínio pelo “elitismo, às vezes esotérico, de certas manifestações da cultura popular (rural)” como qualificava João César Monteiro, em entrevista por alturas de ‘Veredas’, interpelam-nos a considerar as fabulosas dimensões fasciculadas que compõem a sua cosmologia calhauística. Aceites como sedutoramente bizarros no seio da música independente, e eticamente comprometidos com o humor e o ‘saber fazer em contingência’ no tecido das artes visuais, o par prossegue o seu percurso perpassado por constante arrojo e pertinência. Co-fundadores do estúdio de artes gráficas Oficina Arara na Invicta, apresentaram-se ao longo dos últimos anos em reputados festivais de síntese performática medial, como o portuense Trama ou o italiano NETMAGE. Em complemento destacam-se a sua participação criteriosa nas Residências ZDB de 2009 ou na 10ª edição do Prémio União Latina - no mínimo, memorável, com a sua peça musical com recurso a um coro levada à cena no Centro Cultural de Cascais - assim como a residência artística no Atelier MTK em Grenoble, onde adquiriram vasto conhecimento de trabalho em película para proveito da sua produção fílmica. Será com enorme prazer que acolheremos este par singular de artistas, na apresentação pública inaugural de uma nova obra, no que também constituirá a estreia da produção de concertos da Filho Único no Carpe Diem - Arte e Pesquisa, sito na Rua de O Século, no belíssimo e antigo Palácio Pombal.
Vídeo ao vivo no Festival Circular
Excertos do filme ‘AVESSO’
Bilhetes disponíveis nas lojas Flur e Matéria Prima, e no Espaço Múltiplo do Carpe Diem - Arte e Pesquisa
Rodrigo Amado & Gabriel Ferrandini + FÚ dj set
Rodrigo Amado (saxofonista) e Gabriel Ferrandini (baterista) são dois cúmplices já com um bom açoite de anos a tocar juntos, no Motion Trio (com Miguel Mira), no quarteto de Amado (com Hernâni Faustino e Manuel Mota) ou no projecto Hurricane (com DJ Ride), que lhes tem merecido um amplo e transnacional reconhecimento enquanto exímios e vibrantes instrumentistas, partilhando um plano de entendimento de referência em música improvisada sob o signo do jazz. Na mensalidade FÚ no Lounge de Março visitam-nos enquanto duo, que em tempos recentes tanta recompensadora estrada tem percorrido, desde a inspiradora tour nacional de final do ano passado em muitas das principais salas independentes do nosso país, até à saborosa estadia e digressão no Brasil que aconteceu por alturas do último Carnaval.
Rodrigo Amado progressivamente afirmou-se como das figuras mais constantes, activas e dinamizadoras no panorama do jazz nacional de há três décadas à actualidade, enquanto Gabriel Ferrandini (também agente nos CAVEIRA, ACRE, duo com Pedro Sousa, entre outros) irrompeu na cena jazz e da improvisação livre portuguesa nos últimos anos como um paladino da técnica aliada ao coração, continuamente curioso e aberto a novas experiências colaborativas. Das conquistas partilhadas mais próximas destaca-se também a qualificação do disco 'Burning Live At Jazz Ao Centro', assinado como Rodrigo Amado Motion Trio & Jeb Bishop, como álbum do ano na categoria de 'Melhores Lançamentos de 2012' da New York City Jazz.
Ao vivo no SESC Belenzinho, São Paulo
Vídeo ao vivo na Casa do Alentejo
Vídeo ao vivo no 49 da ZDB, no lançamento do livro "Un Certain Malaise" de Rodrigo Amado
Yong Yong + DJ Fitz
Yong Yong é o nome para dois parceiros a fazer música e a concretizar formas revigoradas de imaginação de a complementar, e comunicar, em apresentações públicas e na vida online. Estrearam-se ao vivo na mensalidade Filho Único há cerca de dois anos, onde tocaram escondidos debaixo de uma mesa revestida a cortiça trazida pelos próprios, imagem alegórica especulativa para o poder de absorção luso de influências exteriores com perspectivas de as transformar, mais do que a costela insular do ‘orgulhosamente sós’ atávico. Regressam em Abril para mostrar novo trabalho, depois da merecida atenção que o notável longa-duração ‘Love’, editado em cassette na Night School tem recebido, e pouco antes da subsequente fita ‘Yong Yong Meet Lord Prince Infinito’ na Goaty Tapes, na linha do mundo singular de colisão e desdobramento da genealogia de música urbana electrónica que têm vindo a construir, com inigualável sedução, a partir de cá.
Depois do concerto, a nossa já habitual visita de amigo DJ Fitz intensifica-se em regularidade e é ele o mestre a tomar conta dos discos a noite toda. O Sr. John Fitzgerald é agente europeu de bandas como Wooden Shjips, Cass McCombs ou Black Dice, um connoisseur e coleccionador incomparável de música psicadélica de latitudes recônditas e universos confluentes de matilhas divergentes e, o mais bonito disso tudo, um óptimo e expansivo dj de festa.
Lord Prince Infinito Soundcloud
'Material'
Yong Yong Meet Lord Prince Infinito “party”
Site oficial http://djfitz5000.com
DOODcast http://doodcast.net/DOODcast/episodes.html
Lula Pena
Lula Pena (n. 1974) regressou à esfera pública nacional com a edição do seu disco ‘Troubadour’ em 2010, depois de cerca de doze anos de relativa discrição, desde o período do primeiro disco ‘Phados’. ‘Troubadour’, e os seus concertos desde então assim o têm confirmado, tornou claro o estádio admirável de transformação "em autora (de) alguém que nasceu como intérprete", como afiançava a editora Mbari à altura do lançamento do novo registo. A intuição e prazer da citação que tinha sido sua marca processual emblemática, parece ter mutado para um plano maturado de identidade autoral insofismável. No fundo, todos aqueles anos distantes da arena pública foram anos também da evolução de um estilo próprio, oferecendo ecos do fado, da bossa, da canção francesa ou do tango, de toda e qualquer maresia geográfica que se lhe aprece matéria para o seu trabalho que parece partir do "pasmo essencial que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras", como dizia Pessoa. A sua gestão do silêncio é esmagadoramente singular, a técnica apurada da voz e (à) guitarra tocante, tendo-se vindo a tornar cada vez mais um tesouro partilhado de todos os lusófonos de coração, e que a tem levado justamente no último trio de anos a expandir a sua actividade ao vivo para fora de portas, na Europa e no Brasil.
Sabemos que no passado estudou desenho, parou, tocou nas ruas em Barcelona, partiu para Bruxelas, onde actuou em bares e em clubes de jazz. Tocou na Alemanha, França, Itália, Holanda e para o Rei Mohammed V em Marrocos, depois da Orquestra Real e com Rabih Abhou-Khalil por perto. Faz-lhe confusão a velocidade que considera ser "uma coisa que não é humana" e que o seu é um "trabalho que vem de dentro para fora – [o de] tentar perceber a tecnologia humana". Cada concerto seu prima pela partilha única com o público, uma comunhão ritual da descoberta da criação, de momentos e reacções que existam exclusivamente numa ocasião. Nada menos nobre que isto podemos esperar nesta noite do seu regresso há muito querido à cidade Invicta.
Bandcamp http://lulapena.bandcamp.com
Vídeo ao vivo em Tenerife
Entrevista Ípsilon http://ipsilon.publico.pt/Musica/entrevista.aspx?id=260401
Mais informação em http://www.culturgest.pt/actual/02/05-lulapena.html
Bilhetes disponíveis na Culturgest, Ticketline e locais habituais
William Basinski
Músico e compositor nova-iorquino (n. 1958), possui um percurso extremamente raro nos meandros da composição, trabalho ao vivo e da edição. Com um longo percurso na produção artística, a sua música vê maior reconhecimento aquando do lançamento da sua obra-prima, 'The Disintegration Loops', série constituída por quatro volumes, que começam a ser lançados no início da década passada, um curto espaço de tempo depois da queda das Torres Gémeas, no 11 de Setembro. Basinski passou esse Verão a tentar salvaguardar algumas fitas antigas que tinha em casa, loops feitos duas décadas antes, que se encontravam em avançadíssimo estado de decomposição - algumas só sobreviveriam a mais uma reprodução até à degradação final. Ao testemunhar a queda das torres a partir do terraço do seu prédio, Basinski decidiu então deixar que estes pedaços lânguidos, elegíacos, magníficos da música mais lenta do mundo (nessa tradição melódica de Gavin Bryars e de Brian Eno), se revelassem e extinguissem por si só, aí tornando-se, verdadeira e finalmente, peças acabadas. Antes desse momento e desde ele, contudo, Basinski tem vindo a criar várias obras notáveis em continuidade com esta prática, que lidam com a melancolia da finitude e do esquecimento e simultânea imersão na viagem e poética da mortalidade. Abrindo caminho para portas líricas e estruturais no minimalismo contemporâneo como pouquíssimos, formalmente, o fazem, Basinski colaborou na edição recente de uma caixa luxuosa de edição limitada comemorativa do 10º aniversário da edição original do primeiro volume de ‘The Disintegration Loops’, complementada por um par de gravações ao vivo de apresentações re-arranjadas para orquestra, no Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque e na 54ª Bienal de Veneza.
Neste concerto na Culturgest Porto, Basinski apresentará trabalho do seu anunciado novo disco ‘Nocturnes’, constituído por uma peça "psicadélica" de piano preparado que data do final da década de 70, e uma peça de 20 minutos editada a partir da sua contribuição musical para a ópera ‘The Life and Death of Marina Abramovic’ de Robert Wilson, que percorreu a Europa recentemente.
Site oficial http://www.mmlxii.com
Entrevista e excerpto audio de 'Nocturnes' http://pitchfork.com/features/update/8983-william-basinski
‘The Disintegration Loops’ Box Set Trailer
Mais informação em http://www.culturgest.pt/actual/02/09-basinsky.html
Bilhetes disponíveis na Culturgest, Ticketline e locais habituais
Nota: William Basinski também se apresentará em concerto no Teatro Maria Matos em Lisboa no dia 11 de Maio
Living Grateful (Ryan Sambol dos Strange Boys)
Ryan Sambol é o líder e voz dos agora extintos Strange Boys, banda de Austin, Texas, que na viragem da década lançaram o soberbo ‘The Strange Boys and Girls Club’ na In the Red, vogando depois para a Rough Trade para os subsequentes ‘Be Brave’ e ‘Live Music’ para superior frescura global do rock dos últimos anos. Ryan volta à In The Red com a sua nova e recém-formada banda Living Grateful, que nos disse estar a produzir a melhor música que já lhe saiu até hoje, e que o nome reflecte a sua grata visão de por cá andar vivo e gozar o mistério de não saber por quanto mais tempo. O mano estreou-se a solo ao vivo a 2 de Janeiro de 2010 no Lounge e em vésperas de arrancar com a sua nova banda volta ao local do crime para um ensaio geral descarnado das canções que aí virão. Sábado à noite, entrada livre. E continuam a dizer que o rock morreu.
Entrevista
‘Walking Two By Two’ solo
CAVEIRA + FÚ dj set
Banda formada em inícios da década passada, actualmente composta do trio de Pedro Gomes e André Abel em guitarras eléctricas, e de Gabriel Ferrandini na bateria. Trabalha um vocabulário nascente do blues, do rock e do jazz, no sentido do inaudito, para lá da primeira escuridão, balanceado para os futuros, encarando a cara da morte. As primeiras actuações desta nova formação, no passado Dezembro, no Porto e em Lisboa, tiveram uma reacção fortíssima da parte do público. Aqui estarão em evidência novos desenvolvimentos desta música.
Ao vivo na ZDB
Fictional Boys + FÚ dj set
Fictional Boys foram formados em Los Angeles por Jack Name (também conhecido por John Webster Johns) para pôr em prática a sua 'rock-and-roll-fiction', citando o próprio. Por mais de uma década Jack Name tem estado activo no underground de Los Angeles como um compositor, intérprete e produtor, colaborando com pares ilustres como White Fence, Ariel Pink, Nora Keyes, Cass McCombs, Women and Children, Don Bolles (dos Germs) e muitos outros. O seu último álbum 'Light Show' é um livro rock 'n' roll em aúdio sobre a guerra entre os gangs rivais The Shadows e The Wooly-Bully Clan, e vem ao Lounge em duo mostrar a sua música glamorosa e decadente, como se o Johny Thunders se atirasse a versionar o 'For Your Pleasure' dos Roxy Music com um 4 pistas.
Vídeo ao vivo na Hyperion Tavern
Experimental Audio Research (E.A.R.)
Pete “Sonic Boom” Kember (n. 1965) é um instigador e um lendário sobrevivente do psicadelismo no campo do rock, desde que formou os indomáveis Spacemen 3 em 1982 com Jason Pierce (Spiritualized). Para além dos concertos intensos que sulcaram memórias e carácteres criativos desde então, tem vindo a produzir uma quantidade muito substancial de música que marcou, indelevelmente, a produção sonora independente dos anos 80 em diante. Ao longo de discos notáveis enquanto Spectrum e Experimental Audio Research (E.A.R.), Kember mantém-se permanentemente na procura de novas formas de comunicação da transcendência, explosão metafísica e comunicação cósmica através de som, rito e hipnose. Nos últimos anos a esta parte tem vindo a ser redescoberto pelas gerações mais jovens, criadores e ouvintes, muito devido ao seu comando nas misturas de ‘Tomboy’ de Panda Bear – com quem se apresentou ao vivo na promoção do mesmo – e funções de produtor em ‘Congratulations’ dos MGMT, para além do trabalho de masterização em discos de Sun Araw, Peaking Lights, Wooden Shjips e das reedições recentes de Red Crayola. Desde a criação desta sua alteridade E.A.R. em 1990, Kember tem tocado com um diverso mas criterioso grupo de músicos ao longo do tempo, tanto em estúdio como ao vivo, de Eddie Prévost a Kevin Shields, passando por Delia Derbyshire ou Thomas Köner, dado que entende o conceito por si desenhado tanto como um veículo individual solitário como prevê ensembles colaborativos. Nesta ocasião na Culturgest Porto, Kember apresentar-se-á a solo neste projecto que idealizou e tem vindo a dar consequência para o seu trabalho em domínios mais abstractos, produzindo peças arquitectadas maioritariamente em sintetizadores modulares.
Site oficial http://www.sonic-boom.info
Entrevista Soft Focus http://www.vice.com/soft-focus/soft-focus-at-atp-uk-pete-kember
Vídeo de E.A.R. ao vivo em Nantes
Mais informação em http://www.culturgest.pt/actual/02/14-ear.html
Bilhetes disponíveis na Culturgest, Ticketline e locais habituais
JAGWA MUSIC
Oriundos de Dar es Salaam, na Tanzânia, os JAGWA MUSIC são de há vinte anos para cá uma banda em constante renovação de elenco, hoje constituída por 8 jovens que tocam uma música contemporânea de baile conhecida como Mchiriku. Proveniente da confluência de vários géneros de música de dança popular da região, acoplada-se a um uso de um teclado de baixo custo, na melhor tradição do highlife original – de certa forma devolvendo a máxima punk de "três acordes e a verdade" ao continente onde os blues existem, desérticos e primordiais, de há séculos para cá.
A sua música assenta em polirritmias tão modestas quanto transbordantes de vida, desenhadas a partir de percussões tradicionais e improvisadas, complementados por solismos do mais simpático voodoo num teclado Casio antigo e batido, e três incansáveis performers: dois fabulosos dançarinos e um carismático vocalista e mestre de cerimónia, a perfilhar canções sobre sobrevivência no labirinto urbano envolvente, amantes infiéis e a transcendência luminosa das mais variadas circunstâncias trágicas da vida. Trata-se de trabalho que brota de uma equação minimal de recursos num contexto social duro, mas de onde brilha uma música com um total apelo universalista.
Apresentam-se ao vivo no Anfiteatro ao Ar Livre da Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito do programa Próximo Futuro.
Ao vivo nas ruas de Dar es Sallam
Ao vivo no festival Roskilde