Samara Lubelski
Não raras vezes descrita como uma música predilecta dos músicos, Samara Lubelski, novaiorquina nada e criada, é uma das mulheres com maior impacto no universo independente de produção de música mais arrojada. Criada no Lower East Side da Big Apple (antes da gentrificação) e rodeada de arte por todos os lados desde muito jovem, Samara Lubelski já viu décadas passar na cidade onde as décadas condensam o que noutro sítio poderiam ser séculos de acontecimentos, sempre com um juízo crítico apuradíssimo e o maior dos entusiasmos por todos os que arriscam com destreza e engenho. Co-fundadora dos Hall Of Fame, baluartes locais do ruído e da canção anglo-saxónica desmontada, parte integrante e colaboradora regular vai para mais de 15 anos nos Tower Recordings e em outras formações do guru Matt Valentine, gravou uma série de discos importantes do rock underground - de 'Arrived in Gold' dos Sightings, a 'Blueberry Boat’ dos Fiery Furnaces. Hoje em dia toca activamente com Thurston Moore nos seus Chelsea Light Moving, quarteto que o ex-Sonic Youth criou após a hibernação da sua banda de sempre, e que editou em 2013 o seu homónimo álbum de estreia na Matador Records, precedido e sucedido por tournées um pouco por todo o Ocidente e Oceania. Nesta sua actuação solo na Culturgest Porto, Samara vem apresentar o seu trabalho para violino acústico amplificado e processamento de efeitos, para esculpir momentos em paisagem sonora, que remontam para o clássico 'Catch Wave' de Takehisa Kosugi (pelo timbre e instrumentação), como para a escola psicotrópica de uns Taj Mahal Travellers, pela maleabilidade molecular do som, e pela invulgar ordem sucessiva dos acontecimentos no movimento da música, muito para lá dos exercícios mântricos do minimalismo. Com ‘In The Valley’ editado em 2003 na Eclipse, como ponto de referência deste seu registo de violino solo, Samara verá sair em breve novo LP neste formato na belga Ultra Eczema.
Site oficial http://www.samaralubelski.com
’Speedway Of The Winged Shuttle To The The Southern Hemisphere (clip)’ de ‘In The Valley’ (2005, Eclipse)
Marcia Bassett & Samara Lubelski - 'Sunday Night (excerpt)’ de 'Sunday Night, Sunday Afternoon' LP (2012, Kye)
Vídeo 'Jammage Cruiser’
Mais informação em http://www.culturgest.pt/arquivo/2014/01/samara.html
Bilhetes disponíveis na Culturgest, Ticketline e locais habituais
NOITE PRÍNCIPE c/ Príncipe DJs + DJ Kolt & DJ Perigoso (B.N.M.) + DJ Maboku & DJ Lilocox + Niagara (live act)
A primeira Noite Príncipe de 2014 acontece no próximo dia 31 de Janeiro, última Sexta-feira do mês. Reunamos em festa para saudar um novo ano a augurar prósperas avenidas de acção e expressão para a editora Príncipe e os artistas que são a razão da sua existência e relevância, cada vez mais apoiada por tanta boa gente a vir às Noites Príncipe, a comprar os discos, vinil ou digital, ouvindo em casa e rodando nas suas festas locais, um pouco pelo globo fora.
A festa de Janeiro terá início pelas 00h00 e trará um alinhamento composto por Príncipe DJs num aquecimento suave, seguido de um novo Blacksea Não Maya DJ set, desta feita por DJ Kolt com DJ Perigoso. Depois será hora do regresso de DJ Maboku & DJ Lilocox ao palco do Musicbox, terminando a festa com um raro e especial live act dos Niagara, "música de dança gerada ao vivo com mãos a mexer em botões" Flur dixit.
Blacksea Não Maya - Bifes De Momento
DJ Lilocox & DJ Maboku - Africanamente
Niagara - Conde
Príncipe no programa 'Spun Out' da rádio NTS
Mais informação em http://www.musicboxlisboa.com/post.php?id=1320&cat=2
Sonic Boom / Experimental Audio Research
Pete “Sonic Boom” Kember (n. 1965) é um instigador e um lendário sobrevivente do psicadelismo no campo do rock, desde que formou os indomáveis Spacemen 3 em 1982 com Jason Pierce (Spiritualized). Para além dos concertos intensos que sulcaram memórias e carácteres criativos desde então, tem vindo a produzir uma quantidade muito substancial de música que marcou, indelevelmente, a produção sonora independente dos anos 80 em diante. Ao longo de discos notáveis enquanto Spectrum e Experimental Audio Research (E.A.R.), Kember mantém-se permanentemente na procura de novas formas de comunicação da transcendência, explosão metafísica e comunicação cósmica através de som, rito e hipnose. Nos últimos anos a esta parte tem vindo a ser redescoberto pelas gerações mais jovens, criadores e ouvintes, muito devido ao seu comando nas misturas de ‘Tomboy’ de Panda Bear – com quem se apresentou ao vivo na promoção do mesmo – e funções de produtor em ‘Congratulations’ dos MGMT, para além do trabalho de masterização em discos de Sun Araw, Peaking Lights, Wooden Shjips e das reedições recentes de Red Crayola. Desde a criação desta sua alteridade E.A.R. em 1990, Kember tem tocado com um diverso mas criterioso grupo de músicos ao longo do tempo, tanto em estúdio como ao vivo, de Eddie Prévost a Kevin Shields, passando por Delia Derbyshire ou Thomas Köner, dado que entende o conceito por si desenhado tanto como um veículo individual solitário como prevê ensembles colaborativos.
"Numa altura em que se associa, uma vez mais, a Panda Bear para produzir o sucessor de Tomboy, e que colabora criativamente com os Peaking Lights, Sonic Boom criará um concerto especial para a nossa sala, mergulhado em imagens hipnóticas e cruzando as suas canções e canções de outros ― Laurie Anderson, Kraftwerk ou Suicide, por exemplo ― com o detalhe expansionista, transcendental e psicadélico de Experimental Audio Research, deixando-nos informação importante sobre seu próximo álbum, em preparação." in http://www.teatromariamatos.pt/pt/prog/musica/2013-2014/sonicboom
Site oficial http://www.sonic-boom.info
Entrevista Soft Focus http://www.vice.com/soft-focus/soft-focus-at-atp-uk-pete-kember
Vídeo ao vivo, versão de 'Hall of Mirrors' dos Kraftwerk
Vídeo ao vivo, versão de 'Walking & Falling' de Laurie Anderson
Vídeo ao vivo em Nantes
Em colaboração com o Teatro Maria Matos
Mais informação em http://www.teatromariamatos.pt/pt/prog/musica/2013-2014/sonicboom
Bilhetes disponíveis na bilheteira física e online do TMM
NOITE PRÍNCIPE 2º ANIVERSÁRIO c/ DJ Marfox vs DJ Nervoso, Blacksea Não Maya DJs, DJ Nigga Fox, DJ Firmeza vs DJ Liofox, DJ Maboku vs DJ Lilocox e Niagara
Sexta-feira, 21 de Fevereiro, a Príncipe – a editora e promotora das Noites homónimas mensais acolhidas no aliado fundamental, desde o primeiro dia, Musicbox - celebra o seu segundo aniversário (com direito a bolo e tudo) numa epopeia nocturna recheada com o seu quadro de honra de artistas que tem vindo a produzir alguma da mais vibrante e inovadora música de dança alguma vez produzida em Portugal, para fruição do planeta, como se tem vindo a comprovar. Nesta festa, DJ Marfox vs DJ Nervoso, Blacksea Não Maya DJs, DJ Nigga Fox, DJ Firmeza vs DJ Liofox, DJ Maboku vs DJ Lilocox e Niagara, todos subirão ao palco para a extravaganza mais certa a viver numa Noite. Agora, como quando brindamos ao primeiro aniversário, reiteramos o convite ainda mais convictos do seu valor: a todos os nossos amigos que resistem e sobrevivem na capital do outrora dito Império, a todos os curiosos e os de visita, seja qual for a vossa idade, cor de pele, orientação sexual, dinheiro na carteira, roupa no corpo: as Noites Príncipe são para todos os que vêm para dançar música daqui e agora noite adentro esquecendo o mundo lá fora. Saúde!
PRÍNCIPE
DJ MARFOX
DJ NERVOSO
BLACKSEA NÃO MAYA
NIAGARA
DJ LILOCOX & DJ MABOKU
DJ FIRMEZA
DJ LIOFOX
DJ NIGGA FOX
O Cão da Morte + Moxila + FÚ dj set
A residência da Filho Único no Lounge regressa em Fevereiro com 2 concertos; O Cão da Morte e Moxila. Luís Gravito tem sido O Cão da Morte desde circa 2007, e apesar do nome de guerra lúgubre oferece-nos uma música pop ametista, de vagar lo-fi sumptuoso e dolente, tomando o seu tempo acertado a envolver-nos no seu ânimo e refrões cifrados. Tocando ao vivo regularmente pelo país há já alguns anos, é figura destacada de uma comunidade persistente que conquistou pelo próprio pulso experiência na autoria, gravação e produção de canções pelos meios angariados e desenvolvidos, tocando em discos uns dos outros e partilhando palcos pelas principais cidades do país. Vem com certeza mostrar-nos temas novos e do mais recente 'Fim de Verão', que gravou com a ajuda do cúmplice próximo Filipe Sambado e de pares da corporação Cafetra. A Mariana, de Braga, é Moxila, que partilhou ao mundo no seu bandcamp no Verão passado um conjunto de 10 canções sob o mesmo nome, e lançou o álbum 'A Mariana é a Futura Varredora de Rua' em Dezembro na Gentle Records, download gratuito. O signo é o mesmo sentimento caseiro mas a instrumentação e arranjos das canções mais crus e minimais, com uma entrega desprendida looney tão fascinante como os universos secretos de irrisão em idade jovem conseguem ser. Estreou-se a tocar ao vivo em Lisboa no final do ano passado, na Feira Morta no Centro Comercial Imaviz, e vem ao Lounge mostrar a sua pop acústica de categoria, entre o sonho e o demencial, cheia de potencial transformador.
Moxila 'A Mariana é a Futura Varredora de Rua'
NOITE PRÍNCIPE c/ DJ Puto Anderson, DJ Maboku e DJ Marfox
A Noite Príncipe de Março traz como feliz novidade a estreia da Txiga Produções no cartaz da mensalidade, com DJ Puto Anderson, do Bairro dos Fetais, como ilustre representante do colectivo e do seu estilo, pronto para convencer sem problema na pista do Musicbox. O grupo da Txiga formou-se no Verão de 2011 e é constituído actualmente para além de Puto Anderson por DJ Nino, DJ K30 e DJ Wayne. Seguir-se-á um dos habituais magníficos, DJ Maboku, da Casa da Mãe Produções (CDM) que partilha com DJ Lilocox, crew que teve uma clara influência na génese e direcção da Txiga. DJ Marfox assume o comando para a última parcela da noite, numa altura em que se avizinha o lançamento do novo e colossal EP 'Lucky Punch' na norte-americana Lit City Trax, que tem vindo a editar música de nomes como DJ Rashad, Visionist ou Traxman.
DJ Puto Anderson - Tarraxo do Frio
DJ Maboku - Laranjas
Ignatz + FÚ dj set
Há já quase uma década que o belga Bram Devens usurpou o nome Ignatz - do pérfido rato da BD 'Krazy Kat' criado por George Herriman no início do século XX - para começar a realizar aquilo que imaginava seu a contribuir para o cânone comunitário da música que brotou do blues norte-americano. Tornou-se desde então um guitarrista elogiado e elegível no underground europeu e norte-americano, tocando extensivamente nos dois lados do Atlântico, ao lado de boa gente como Six Organs of Admittance, LSD March ou Heatsick, enquanto foi alimentando uma discografia representativa do seu estilo de escrita de canções, cinzeladas com uma espontaneidade crua, uma calma luminosa, justificada até na sua experimentação a nível de arranjos. Após os discos de estética primitivista que favorece, como assim os Velvet Underground o caucionaram, 'III' de 2008 e 'I Hate This City' de 2011 na Kraak, editou no ano passado na finlandesa Fonal o refinado 'Can I Go Home Now?', já gravado na sua nova residência na zona rural de Landen, para onde rumou quando se fartou de Bruxelas. É um disco assente numa linguagem folk desprendida e familiar, ecoando ícones como Dylan ou Jandek, caloroso na forma como a sua voz deslocada e a instrumentação estóica nos canta momentos de beleza rude partilhada. Visita-nos no Lounge acompanhado pelos irrepreensíveis De Stervende Honden, com Eirk Heestermans na bateria e Tommy Denys no baixo, a sua banda de suporte com quem gravou novo LP a sair no decorrer deste ano.*
*Por motivos alheios à Filho Único, Ignatz irá afinal apresentar-se a solo nesta data.
Excepter
“Excepter é uma banda de protesto sintética construída para eliminar diferenças culturais através de confusão polarizada", de acordo com o seu carismático líder John Fell Ryan - músico, editor, designer visual, DJ, ex-membro da emblemática No-Neck Blues Band, e reconhecido estudioso de Stanley Kubrick. Com o regresso aos discos no final de 2013 com o EP ‘Christisland’, uma digressão europeia primaveril agendada e o novo album ‘Familiar’ anunciado para breve, poder-se-ia dizer que o agora quarteto, referência da música electrónica de vanguarda na última década, obstinado em quebrar, analisar e taxidermizar todas as leis da física postuladas sobre o como e o porquê de sons se organizarem em música, está mais activo que nunca. Este colectivo nova-iorquino despontou para a actividade pública em 2002, apresentando-se ao vivo com tácticas performativas que ora sublinhavam ou obscureciam os propósitos conceptuais que o motivava. Na altura como agora, definir o seu som, batida e orgânica de arranjos é tão difícil como responder à pergunta se os Excepter são criação, descontrução ou auto-destruição. Habitualmente celebrados e desconsiderados pelas mesmas noções de coerência e aleatoriedade na análise crítica da sua obra, do iniciático ‘KA’ ao pico de exposição em ‘Debt Dept’ lançado na Paw Tracks dos Animal Collective, o seu espectro estético vai do trabalho de sintetizadores rumo ao infinito (entre Charlemagne Palestine e Mr. Fingers) ao electro de pendor mais nocturno e criminoso. A magia da sua música parece nutrida na esfera da invocação de momentos, acidentes conjurados, quase que como um produto de um ritual de uma seita religiosa a realizar-se em tempo real, pacientemente descortinando o âmago poderoso do feitiço que cativa uma plateia.
Site oficial http://www.excepter.net
Bilhetes disponíveis na Culturgest, Ticketline e locais habituais
Mais informação em http://www.culturgest.pt/arquivo/2014/04/excepter.html
NOITE PRÍNCIPE c/ Blacksea Não Maya, DJ Firmeza e DJ Nervoso
Abril, dia 11, é a data para a próxima Noite Príncipe. Vamos poder contar com os Blacksea Não Maya, do Bairro da Cucena na Margem Sul, ou sejam DJ Kolt, DJ Noronha e DJ Perigoso, um triunvirato fenomenal sempre pronto a elevar a fasquia do campeonato, como nos bate sempre que acabamos de dançar ao som dos seus vibrantes sets sempre renovados com material novo. Segue-se o jovem Cílio Manuel, mais conhecido na Quinta do Mocho e em qualquer parte do globo a quem a sua música possa tocar, como DJ Firmeza, presença regular nas festas no Musicbox da família Príncipe, porque simplesmente percebe da poda como ninguém no que toca a seduzir uma pista para o seu fantástico estilo de som e de mistura ao vivo. A fechar quem dirige é o senhor Edney Magalhães, o único e inimitável DJ Nervoso, que da última vez que pisou o palco na Noite Príncipe - na festa do 2º Aniversário, em despique de saúde com DJ Marfox - levou todo o mundo ao delírio com os seus hinos de batida tecnóide que há anos o guetto conhece, e cada vez mais outros novos dançam extravagantemente como novidade.
Príncipe
Blacksea Não Maya
DJ Firmeza
DJ Nervoso
Ondness + Van Ayres + FÚ DJ set
Noite de concertos no Lounge antes da alvorada de 25 de Abril, com Ondness, Van Ayres e um sócio FÚ nos pratos, em mais um serão em que se celebra o poder da auto-determinação e partilha pela Música.
Ondness é o projecto solo de Bruno Silva (Sabre, Olive Troops SOS, Canzana, etc) que após um longo período sabático voltou à esfera pública de forma assertiva no ano passado. Como o próprio partilha no limão, o substracto conducente da sua obra parece informado pelos "desígnios da paranóia, cosmologia, realidades paralelas e demais matéria de intriga, vazio e sonho". Esta teia de interesses e fascínios tem vindo a ser tornada operante numa música electrónica rizomática de produção artesanal, com uma coerência processual que faz pandã com a diversidade dos resultados, de vinhetas ambientais pantanosas a temas com batida e arranjos tecnóides, publicadas em edições cuidadas em cassetes por editoras como Adventures in Dubbing ou Birkhouse, e inclusão do carismático tema 'A Mantra For 2013' na compilação de Verão na Opal Tapes.
Van Ayres é uma das faces musicais do labiríntico Rafael Ayres, moço formado na António Arroio com um trabalho visual multimedial, do desenho ao vídeo, e já com uma obra generosa publicada de forma independente, nomeadamente fanzines e BDs. Começou a gravar música por si há dois anos e pouco, em casa, mostrando-a online através de vídeos editados pelo próprio, ou então apenas com uma imagem e som, sob o nome 'Ulimwengu', entretanto informalmente encurtado para 'Uli'. Ao Lounge vem estrear-se com o renovado epíteto Van Ayres, para apresentar temas "ao piano e guitarra, com e sem batidas", com certeza não verdadeiramente insular do que se conhece de Uli, reportório amador e promissor de música de câmara de sobrevivência na sombra, leal ao seu ethos 'Keep it Fake'.
'Bike Cruise to an Absolute Elsewhere' Mix
'A Mantra for 2013'
Uli/Van Ayres ao vivo na Feira Morta
Calvin Johnson
Como uma vez o semanário Guardian colocou a coisa, Calvin Johnson, um pioneiro do paradigma do que pode ser e significar uma editora de discos independente, o homem de palco excêntrico, o amigo de Kurt Cobain, é um exemplo de um poderoso paradoxo: realeza indie. Como fundador e doutrinário da K Records - uma plataforma multiforme iniciada em 1982 (edição de discos em cassette e mais tarde vinil, organização de concertos e projecção de filmes, e contando com o Dub Narcotic Studio desde 1993, onde gravou nomes como Beck, Mirah, Make-Up ou Built to Spill) e orientada inicialmente para a comunidade local da sua cidade Olympia - assim como através das suas bandas Beat Happening e Dub Narcotic, provou que a música 'independente' ou 'alternativa' de finais de 80 e dos anos 90 não era uma lamentável afiliação de indigentes sem talento ou motivação mas um movimento de emancipação de estilo, e um campo social construído propício para indivíduos com personalidade carismática brilharem e seduzirem mais gente a abraçarem a proposta de descentralização criativa do punk rock. Há já alguns anos que Calvin tem viajado apresentando-se a solo num formato minimal e primitivista - a sua voz barítono, guitarra, um ou outro elemento de percussão, como quando subiu ao palco do TAGV em Coimbra faz agora uma década - , subvertendo o formato 'acústico' domesticado e previsível, optando por tocar de pé e potenciar uma atmosfera espontânea de partilha entre público e performer (há falta de termo justo em português) num tipo de concerto avesso à contemplação passiva do artista. Esta atitude revela a paixão que nutre pela natureza primordial do rock and roll e da country e os seus espectáculos perante uma audiência, no período em que a amplificação eléctrica das bandas ainda não era uma realidade adquirida, e o afecto que partilha pela dimensão extra-ordinária que a interpretação de canções ao vivo pode e deve tomar. Como sugerido por Calvin, reservamos a anglicana Igreja de St. George, ao Jardim da Estrela, para a noite de estreia em Lisboa deste inquieto criador e produtor que contribuiu indelevelmente para a definição do panorama da música independente contemporâneo.
K Records
Entrevista no Soft Focus
'I'm Down'
Ao vivo em Glasgow
Ao vivo em Melbourne
Vídeo 'Bewitched' dos Beat Happening
Bilhetes disponíveis na Ticketline e na Fnac, Worten, El Corte Inglés , C. C. Dolce Vita, Casino Lisboa, Galerias Campo Pequeno, Ag. Abreu, A.B.E.P., MMM Ticket e C. c. Mundicenter e U-Ticketline
Número de telefone para reservas e informações: 1820
Peter Evans
Trompetista radicado em Nova Iorque, Peter Evans tem-se distinguido como um dos produtos mais evoluídos e avançados do estudo, num campo que une as prácticas e as histórias do trompete, do jazz e da composição contemporânea, na direcção do avanço destas formas, instrumentação e escola. Surge já numa fase de maturação avançada da miscigenação destas linhagens, onde a legibilidade melódica e harmónica continua em perene evolução, as estruturas harmónicas se informaram por todo o tipo de colateralidades da era pós-moderna, e os instrumentos de sopro foram informados pelo jazz até Coltrane, e daí – técnica mas também humanamente falando – por Evan Parker, Braxton, e outros visionários desse altíssimo calibre. Evans tanto trabalha com estruturas de grupo, como são o caso das recorrentes colaborações com o supramencionado Parker (um dos ilustres que já passou pelo ciclo de programação da F.Ú. na Culturgest Porto), o “festivalado” ensemble Mostly Other People Do The Killing, e, inclusivamente em território nacional e com prata da casa, com o Motion Trio de Rodrigo Amado, como tem vindo a explorar as várias possibilidades de concretização do seu instrumento numa circunstância solo. Foi justamente nessa prática que iniciou a sua carreira discográfica, e logo na Psi Records de Parker, com ‘More and More’. Distingue-o um controlo assombroso sobre a técnica do instrumento – timbre, dinâmica, volume, velocidade, e controlo sobre todos os interstícios do trompete -, mas (e crucialmente) é o entendimento do papel que este pode ter no encaixe e diálogo com os espaços em que ocupa que o torna um músico tão notável. No particular de estruturas de arquitectura propensas ao desenvolvimento de fenómenos de reverberação rica e carismática, são já vários os trabalhos verdadeiramente dignos de registo de Evans, pelo que podemos esperar uma sessão promissora entre os milhões de cruzamentos frequenciais da “capela” da Avenida dos Aliados.
More is More Records http://www.moreismorerecords.com/peterevans.html
Entrevista Bodyspace http://bodyspace.net/entrevistas.php?ent_id=375
Bilhetes disponíveis na Culturgest, Ticketline e locais habituais
Mais informação em http://www.culturgest.pt/arquivo/2014/05/peterevans.html
Laraaji
Laraaji (n. Edward Larry Gordon, 1943) é criador de uma música panegírica do cosmos e um convicto promotor da meditação transcendental através do riso, baseado em Nova Iorque. Começou a tocar música nas ruas na década de 70, improvisando temas hipnóticos na sua ‘zither’ personalizada que processa com efeitos electrónicos, motivado pela sua pesquisa pessoal e entendimento de culturas místicas orientais. Editou o primeiro LP ‘Celestial Vibration’ em 1978, ainda usando o seu nome de nascença, numa tiragem muito curta. No ano seguinte Brian Eno viu-o a tocar num parque público e convidou o músico a gravar um álbum para a sua série ‘Ambient’ (‘Ambient 3: Day of Radiance’, editado em 1980). Desde então Laraaji publicou profusamente muita da sua música gravada em casa, vendendo-a em formato cassette (e mais recentemente em CD-R) durante as suas actuações no circuito norte-americano de centros de meditação e yoga, um paradigma de sustentabilidade militante de comunidades em rede paralelo ao negócio rentável do que se tornou o mainstream mais caricaturável da New Age. Em anos recentes tem vindo a colaborar com uma nova geração de músicos, nomeadamente com os norte-americanos Blues Control com quem gravou para a série FRKWYS da editora RVNG Intl. No ano passado a editora All Saints de Brian Eno lançou a compilação ‘Celestial Music 1978-2011’, reeditou os álbuns ‘Essence/Universe’ (1987), e ‘Flow Goes The Universe’ (1992) e ‘The Way Out Is The Way In’ (1995) estes dois últimos agrupados como ‘Two Sides To Laraaji’. Percebe-se que Laraaji vive um tempo de uma justificada apreciação exponenciada do seu trabalho e da forma como nos chegou até aos nossos dias, deslindando-se a evidência que da sua música artesanal sempre emanou uma ‘vibração celestial’ que estava destinada a encontrar-nos.
Bilhetes disponíveis na Culturgest, Ticketline e locais habituais
Mais informação em http://www.culturgest.pt/arquivo/2014/05/laraaji.html
NOITE PRÍNCIPE c/ DJ Puto Anderson, DJ Lilocox, DJ Maboku e DJ Nigga Fox
A nova Noite Príncipe sucede a 23 de Maio, com DJ Puto Anderson, DJ Lilocox, DJ Maboku e DJ Nigga Fox a actuarem na festa que, gostamos de pensar, salva a alma de quem ama dançar. Puto Anderson regressa depois da iluminada estreia em Março, com o seu estilo veloz e suave a misturar, representando a Txiga Produções na Casa. Segue-se Maboku, que recentemente fez estrago do bom na festa KUB x Príncipe no Plano B, no Porto, e está já confirmado no veraneante Festival Bons Sons, em Cem Soldos, com passagem de testemunho ao sempri real Lilocox de Casal de Cambra, ambos tropas da mais que uma produtora, uma união, a CDM. DJ Nigga Fox chega no fim, para mostrar os novos sons que tem vindo a trabalhar, daquele sítio onde a Batida emana vibrações do futuro da música de dança electrónica.
Príncipe - https://soundcloud.com/principepromos
DJ Puto Anderson - https://soundcloud.com/anderson-teixeira
DJ Lilocox - https://soundcloud.com/deejay-lilocox
DJ Maboku - https://soundcloud.com/principepromos/dj-maboku
DJ Nigga Fox - https://soundcloud.com/dj-nigga-fox-lx-monke
Mais informação em https://www.musicboxlisboa.com
Filho Único Apresenta Matinée no Pátio
15h às 22h, entrada livre:
ORPHAN FAIRYTALE (BE) | Electrónica psicadélica efabulada por Eva van Deuren, uma consistente criadora do underground de Antuérpia. Orphan Fairytale tem obra discográfica publicada em editoras como Ultra Eczema, Not Not Fun, Blackest Rainbow, Release The Bats e muitas outras - http://soundcloud.com/orphan-fairytale
TAV EXOTIC (BE) | Tav Exotic são Ernesto Gonzalez (Bear Bones, Lay Low/ Sylvester Anfang II) e Mike Crabbé (Weird Dust). Este duo sediado em Bruxelas combina sintetizadores sequenciados com programações de beats e ocasional trabalho de voz para resultados bem psych motorik groovy - http://youtu.be/f6bSO2PID4w
OUTMODE (US) | Do corrente milieu noise-electrónico-freeform da Flórida vem Josh Plotkin, que gere também o selo discográfico More Records. Com a sua abordagem de livre improvisação ao techno, Outmode tem vindo a congregar mentes curiosas e corpos descomplexados para a sua experiência de dança mutante - http://youtu.be/__eXFlgeey4
FYOELK (BE) | Composições MIDI para sintetizadores, caixas de ritmo e processamento de efeitos, Fyoelk vive também em Antuérpia de onde mantém a editora de cassetes Stenze Quo e é metade do duo de 'freeform beat' (sic) Laser Poodle - http://soundcloud.com/fyoelk
& DJs:
Filho Único
Anastasia Filipovna - http://berlincommunityradio.com/JERK-SAUCE
JM Moser - http://berlincommunityradio.com/BROWN-RICE
Pega Monstro + Jejuno + FÚ DJ set
Pega Monstro, o duo de rock lisboeta das irmãs Maria (voz e guitarra) e Júlia Reis (bateria), regressa ao Lounge para um concerto na residência Filho Único em tempos de entusiasmo e motivação porque entram ainda este mês em estúdio para gravar o aguardado segundo álbum. O novo disco sucederá ao igualmente celebrado e vilipendiado homónimo longa-duração de estreia de 2012; magnífica colecção de canções onde as melodias seduziam, as líricas fascinavam e a atitude que as entregava no limão fazia acreditar que 'estávamos num lugar que desde o começo fora criado para um puro acontecer', como dizia o poeta.
"Jejuno é pseudónimo de Sara Rafael, fotógrafa residente em Lisboa. Desde 2009 que utiliza teclados e delay para fins de exploração de uma identidade exclusivamente sua, fora do linguajar das representações. Quando as suas performances deixaram de ser privadas e chegaram ao ouvido de amigos, e, a propósito de um convite formal para realizar um concerto (no passado Abril, na Galeria Zé dos Bois), estes momentos de exploração interior tomaram o estatuto de trabalho - uma identidade musical que toma forma em Jejuno, êxtase peristáltico que se pretende comum a todos nós." Filipe Felizardo
Pega Monstro bandcamp http://pegamonstro.bandcamp.com
Vídeo 'Homem das Obras'
Jejuno ao vivo na ZDB
Sun Ra Arkestra | Jubilee Tour 2014
No ano 100 do nascimento da estrela que dá pelo nome de Sun Ra, que aterrou em Birmingham, Alabama, e no 90º aniversário do seu discípulo visionário Marshall Allen, temos a inexprimível honra de apresentar em ocasião mágica a Arkestra, dirigida pelo astral Sr. Allen, ao vivo no palco magnífico do B.Leza, ali à beira-rio. Sendo incrivelmente complexo apresentar a influência, importância e radiância da carreira de Ra e da Arkestra num textito tão curto (tanto já se escreveu e falou sobre o assunto), pensamos importante começar por esclarecer, para quem se perguntar, que esta Arkestra está numa forma olímpica. Tocam para o que está para lá dos céus um dos legados mais importantes da música do século XX, que nas suas mãos continua em avanço e progressão, mesmo que também em homenagem e tributo, para a segunda década depois da viragem de milénio. Sun Ra foi visionário da música no geral, do jazz no geral e no particular, das suas composições, orquestrações, dimensão harmónica, rítmica, solista… pensador, cidadão de enorme lucidez, coragem, dignidade e altruísmo. Construiu verdadeiras famílias nas várias encarnações das suas bandas, que eventualmente dariam nascimento à Arkestra e todas as suas constantes reformações. Morou em e revitalizou bairros difíceis, onde a chegada da Arkestra constituiu uma vida melhor para todos os seus vizinhos. Encenou e criou dança, teatralidade, filmes, textos e poemas de visões de outros mundos para lá daqueles que os olhos vislumbram, sempre tendo em vista a elevar o nível de consciência, criatividade e imaginação daqueles que com ele viajam, e dos que querem entrar nessa mesma aventura. Deu casa, comida, carinho e toda a sua sabedoria para os seus músicos, e àqueles que procuravam uma vida dedicada não só ao ofício da música, como aos assuntos amplos da ética, da moral, da conduta e da generosidade. Tal só foi possível, ao longo de quatro décadas, dos anos 50 até à sua ascensão de volta ao espaço em 1993, pelos avistamentos que conseguiu organizar e erigir em música, por entre viagens pioneiras em concertos ao vivo, edições um pouco por todo o mundo, nomeadamente no seu historicamente caótico selo discográfico El Saturn Records, que "geriu" com o seu íntimo aliado Alton Abraham. Mais do que um insomníaco (por razões médicas e existenciais), foi um incansável aprendiz de conhecimento, lendo e adquirindo informação vastíssima até aí nunca realmente intertextualizada como Ra o fez. Foi sempre um pioneiro do discurso sobre o espaço, não só pelo fôlego da ideia da viagem, como da música, como pela tecnologia (humana e mecânica), que fizeram, entre outras coisas, com que fosse o primeiro músico ligado ao jazz a empregar o uso do sintetizador e de piano eléctrico nesta música (a sua curiosidade pelos avanços na electrónica permaneceu até ao fim da sua presença entre o mundo dos vivos no nosso planeta). Na sua leitura crítica e riquíssima da história, foi até ao que de mais ancestral se sabe, e a partir daí ligou uma leitura do mundo, das coisas e do homem, que não conhecia nem conhece verdadeiro paralelo, pelos interesses e proveniências tão amplos quanto o homem em questão. Da Arkestra, pode-se dizer que contou em quase-exclusivo com dois dos grandes saxofonistas da história do jazz. John Gilmore, que tomou a liderança da Arkestra em 1993 até falecer em 1995, e Marshall Allen, que desde então dirige esta família, das mais lindas da história da música, estão envolvidos com este trabalho desde a década de 50, quando Sun Ra estava radicado em Chicago. Pelo meio, são incontáveis os músicos de enorme valor que passaram pelas várias formações do grupo, que destacar algum ou alguma seria para lá de injusto. Já dúvidas não restam que a admiração, a todos os títulos, pela música que Ra deixou e que aqui segue viva, perpasse várias gerações de músicas e público, e assim continuará até ao infinito. A luz e a resplandecência desta música segue em frente, tal como a dos seus mensageiros, que regressam (os que sobrevivem e os que entretanto se juntaram ao enterprise) a palcos nacionais pela primeira vez depois de três históricas apresentações em Portugal - a primeira em 1982, em Vilar de Mouros, a segunda em 1985, por ocasião do Jazz em Agosto, e na década passada, em 2005, na Casa da Música. A segunda-feira mais cósmica de 2014.
'The Cry of Jazz' (filme completo, 1959)
'Space Is The Place' (excerto do filme de 1974)
'Sun Ra: A Joyful Noise' (excerto do filme de 1980)
Entrevista em Helsínquia, 1971
'Angels and Demons' ao vivo no Uncool Festival, Suiça, 2012
'Rocket Number Nine' ao vivo no Lincoln Center, NYC, 2013
Bilhetes disponíveis na Ticketline e na Fnac, Worten, El Corte Inglés , C. C. Dolce Vita, Casino Lisboa, Galerias Campo Pequeno, Ag. Abreu, A.B.E.P., MMM Ticket e C. c. Mundicenter e U-Ticketline
Número de telefone para reservas e informações: 1820
Com o apoio na divulgação
NOITE PRÍNCIPE c/ Puto Márcio, DJ Firmeza e DJ Marfox
Ainda na ressaca boa da Noite Príncipe de Maio e já nos puxa pelo corpo o apelo da próxima ao virar dos dias, a 6 de Junho com DJ Puto Márcio, DJ Firmeza e DJ Marfox.
Puto Márcio é ESTREIA nas festas da editora, ilustre craque da Tia Maria Produções, dividido entre a Amadora e Rennes, em França. Depois de abandonar a crew 'DJs di puro ritmo' formou em 2012 o Tia Maria sozinho, juntando-se amigos até consolidar o grupo na formação actual, composta por ele, YudiFox, b.bOý, Télio e Lý-coOx.
DJ Firmeza, que recentemente esteve no festival MADinBelgrade para infelizmente ver a sua actuação cancelada devido a complicações do severo mau tempo que assolou a Sérvia, toma rédeas da Noite a seguir, com o seu habitual domínio de enredos percussivos do outro mundo do mais pronto para galvanizar a pista do Musicbox.
O comboio da Noite entra depois na recta final comandado pelo patrão DJ Marfox, em altura do lançamento do seu novo e fantástico EP 'Lucky Punch' na editora norte-americana Lit City Trax. Os novos temas têm recebido atenção generosa na imprensa online, para além de celebrados em grande estilo também na festa no Red Bull Music Academy Festival New York a 30 de Maio, com Marfox a estrear-se ao vivo em solo americano, sendo que já está agendado o retorno a 30 de Agosto no MoMA PS1 Warm Up 2014.
Príncipe - https://soundcloud.com/principepromos
Puto Márcio - https://soundcloud.com/putomarcio
DJ Firmeza - https://soundcloud.com/dj-firmeza
DJ Marfox - https://soundcloud.com/dj-marfox
Poster por Márcio Matos
Mais informação em https://www.musicboxlisboa.com/noite-principe-feat-puto-marcio-dj-firmeza-e-dj-marfox/
Gary War + FÚ dj set
'GARY WAR IS THE FUTURE' tweetou uma vez John Maus, que tal como War também é um carismático ex-membro dos Haunted Graffiti de Ariel Pink, essa escola da vida para estetas subterrâneos que trilham o seu próprio caminho de sonhos pop. Actualmente sediado na Nova Zelândia, o norte-americano tem discografia em nome próprio iniciada em 2008 com o longa duração 'New Rytheonport', lançado na SHDWPLY Records, sendo os capítulos mais recentes o aclamado 'Jared's Lot' na Mego/Spectrum Spools em 2012 e no final do ano passado o LP 'Split' com os Purple Pilgrims na Upset The Rhythm. Neste último disco em concreto, War regressa com 4 novos inspirados temas abonados pela sua admirável roda viva de melodias refractadas que gingam acima das suas signatadas camadas de construções sónicas, aliando um lance de lúnatico alienado, onda 'que chega a fingir que é dor / a dor que deveras sente', a uma aura de inspirado trovador do cosmos. Excepcional música psicadélica contemporânea é o que é, combinando técnicas de colagem em fita e digital, electrónica sintetizada e mil outras linhagens desviantes / inclusivas do rock, daí darmo-nos por sortudos em poder acolhe-lo em concerto na edição de Junho da nossa residência no Lounge.
Site oficial http://www.garywar.com
Soundcloud https://soundcloud.com/gary-war
Vídeo 'Highspeed Drift'
Vídeo 'Advancements In Disgust'
Vídeo ao vivo 'Muscle Dysmorphia'