Nídia + Vander + Viola Klein
Nídia é uma DJ e produtora de música eletrónica afro-portuguesa de renome internacional, afiliada à editora e colectivo Príncipe. Lançou no final de 2023 o novo álbum "95 MINDJERES", inspirado pelo contributo das mulheres para a luta pela independência da Guiné-Bissau do Portugal colonizador, nas décadas de 1960 e 1970.
https://principediscos.bandcamp.com/album/95-mindjeres
Van Der é um criativo com raízes em São Tomé e Príncipe, que inspirado pelas músicas sem fronteiras do bairro Quinta da Vitória onde cresceu, desenvolveu a sua paixão pelo techno enquanto estudava sociologia. Tornou-se DJ e promotor em Lisboa, envolvendo-se na dinâmica do Arroz Estúdios. O seu caminho tem refletido a luta pela valorização da música de dança como expressão de liberdade e solidariedade, desafiando a falta de reconhecimento pelas autoridades.
https://www.nts.live/shows/nkisi/episodes/nkisi-15th-february-2023
Viola Klein é uma aclamada auteur de house music do nosso tempo, reconhecida pelas festas Bring Your Ass em Colónia e os contemplativos discos editados no seu próprio selo. Em “Exchange” (2017, Meakusma) orquestrou um encontro com músicos do Senegal e de Detroit para produzir duas faixas centradas na percussão senegalesa, transformadas em hipnose de club music poética e política.
no âmbito do programa de música da Filho Único para o KULTURfest do Goethe-Institut Lisboa
Mais informações sobre o KULTURfest em https://www.goethe.de/ins/pt/pt/kul/sup/kft.html
Outra Cena instagram - https://www.instagram.com/outracena_lisboa
Sub_Bar LIVE c/ Ana Jumelle, FAC2 & Rita Silva
Sub_Bar é uma proposta social e estética nascida em Berlim pela mão da plataforma eufonia, com o propósito de dar acesso a pessoas Surdas e com deficiência auditiva os benefícios da música – psicológicos, sociológicos e neurológicos – apostando no uso de subwoofers em detrimento de altifalantes de som, com o intuito de mudar o ritual da música da sua sustentação na escuta para o do sentimento da sua vibração no corpo.
Sub_Bar LIVE é a designação da eufonia para o espectáculo ao vivo que concretiza o comissariado para estes ambientes de sub-graves e imersividade háptica. Para esta apresentação reunir-se-ão previamente para trabalhar, em contexto de residência criativa na biblioteca e auditório do Goethe-Institut Lisboa, os artistas Surdos Ana Jumelle e FAC2 e a compositora e improvisadora ouvinte Rita Silva.
Ana Jumelle
A Ana Jumelle tem 39 anos, é natural de Pombal e a sua surdez é hereditária, ou seja, toda a sua família é surda. Tem uma irmã gémea e é a sua melhor amiga. Cresceu numa aldeia e estudou em escolas regulares. Agradece muito aos pais pela decisão de as colocar aparelho auditivo assim como as inscrever no ensino regular. Desta forma, aprendeu com a socialização entre a comunidade surda e a comunidade ouvinte.
Apesar de alguns episódios de bullying, sempre se sentiu integrada: era jogadora de basquete numa equipa principal e pôde presenciar o título de campeão nacional do desporto escolar; e foi membro de um grupo de dança que fez sucesso, uma vez que também atuaram nas festas de verão em aldeias vizinhas. Foi neste período que se aproximou mais e a adorar ouvir músicas, desde o folclore até ao rock!
Licenciada em Informática de Gestão, em Coimbra, e queria que o primeiro emprego fosse em Lisboa, uma cidade que ela admira muito, saindo então da sua zona de conforto. Ela considera-se uma pessoa exploradora e curiosa, e, por este motivo, adora e aventura-se em trilhar em montanhas e cidades desconhecidas! Assim como se inscreve em cursos que sejam inéditos, foi o caso das sub frequências, algo de que nunca tinha ouvido falar e que sente que vale muito a pena explorar mais.
FAC2
FAC2 é o nome artístico do Emanuel Santos, nascido em Cabo Verde e vive
em Portugal há 24 anos. Ele é surdo e o filho mais novo da sua família. Fala
2 línguas, a Língua Gestual Portuguesa como primeira língua e a segunda,
o português na sua modalidade escrita. Ele é alguém ávido de novas
aprendizagens e experiências, pois a vida tem tanta coisa boa para oferecer!
Em Novembro de 2023, na Sub_Bar Academy onde aprendeu acerca das
várias frequências duma vibração, a tocar num instrumento sequenciador e
sintetizador o que permite experimentar a realidade musical da vida. Foi
incrível conhecer cada frequência, baixa ou alta, pois provocam a
oportunidade de criação de uma performance e, também, de fazer as
pessoas dançarem e divertir-se. Também aprendeu tanto com artistas como
Cigarra, Carincur, o Atelier Francesco e João Pedro Fonseca. Atualmente faz
parte de grupo FreqSix para o qual juntam seis pessoas surdas; a sua
primeira criação mimetizam “Ondas” e foi apresentada no show Sub Bar
Live no dia 26 de Novembro. Foi assim que lhe começou a sentir e a ser
artista. Na realidade não tem muita história para contar pois está começar
a caminhar enquanto artista e, a pouco e pouco, entrar no mundo da música
e das artes.
Rita Silva
Rita Silva é uma promissora compositora e improvisadora portuguesa, atualmente a estudar no Instituto de Sonologia na Holanda, que se destacou em 2023 com novo álbum – The Inflationary Epoch – após a sua estreia no ano transacto com o promissor e auto-explicatório ‘Studies Vol. I’. Recorrendo à improvisação com sintetizadores modulares e técnicas generativas de programação, Silva indiciou nesses primeiros estudos uma abordagem evocativa de pioneiras como Suzanne Ciani, Laurie Spigel ou Delia Derbyshire – há até um tema com o seu nome para deixar clara a linhagem – que é agora muito mais assertiva e plena de propósito. Deixando de lado qualquer intenção mais escolástica, ‘The Inflationary Epoch’ assume um pendor mais grandioso e elevado, através de cascatas de arpégios num fluxo fractal que se vai mutando de forma hipnótica e algo alucinatória, num cosmos psicoacústico onde também pairam artistas como Caterina Barbieri ou Jessica Ekomane.
no âmbito do programa de música da Filho Único para o KULTURfest do Goethe-Institut Lisboa
Mais informações sobre o KULTURfest em https://www.goethe.de/ins/pt/pt/kul/sup/kft.html
Burnt Friedman & João Pais Filipe
Encontro afortunado e pleno de sentido, com trabalho regular de pesquisa, conversas e ensaios desde 2018, entre Burnt Friedman, o mago germânico da eletrónica com um currículo de calibre lendário atravessando quatro décadas, e o baterista, percussionista e escultor João Pais Filipe, ambos sediados no Porto. A sua música, um celestial fluxo hipnótico e circular que os próprios denominam de «automatic music», conheceu edição com o disco "Automatic Music Vol.1 – Mechanics of Waving" em 2022, ”, e já este ano lançaram o novo EP “Wry”, um aperitivo como lhe chamam para o próximo longa-duração “Automatic Music Vol.2”.
João Pais Filipe é um baterista, percussionista e construtor de gongos e pratos sediado no Porto, cuja intensa actividade tem estado intimamente ligada a algumas das movimentações mais interessantes dessa cidade através de projectos como HHY & The Macumbas ou Paisel, expandindo-se geograficamente numa rede de colaborações com artistas como Valentina Magaletti - no duo CZN -, Z'EV ou Rafael Toral. Mais recentemente esteve em residência no Uganda a convite da editora Nyege Nyege Tapes onde colaborou com músicos locais, fruto de um interesse apaixonado e muito honesto pelas mais diversas tradições rítmicas com vista a uma linguagem pan-global para onde convergem a polirritmia, o balanço e o êxtase de músicas com história e futuro.
Com uma carreira que amontoa já quatro décadas de exploração constante, o germânico Bernd Friedmann - mais conhecido como Burnt Friedman - tem sido ao longo de todo este tempo uma das figuras mais cruciais e continuamente relevantes para o desenvolvimento de novas abordagens e formas em torno da música electrónica, impulsionando cruzamentos férteis com as linguagens do dub, do jazz ou do ambientalismo. Com uma carreira que remonta ao final da década de 70 com os TOXH em duo com Wolfram Spyra, Friedman tem sido incansável na criação de possíveis futuros através de projectos tão meritórios como Some More Crime, Drome, Nonplace Urban Field, Flanger - ao lado de Atom Heart - ou Nine Horses com David Sylvian.
https://burntfriedmanjoopais.bandcamp.com/album/wry
no âmbito do programa de música da Filho Único para o KULTURfest do Goethe-Institut Lisboa
Mais informações sobre o KULTURfest em https://www.goethe.de/ins/pt/pt/kul/sup/kft.html